terça-feira, 26 de agosto de 2008

1,4 bilhão de pessoas ou 25% da população mundial, estão abaixo da linha da pobreza.

Método considera pessoas que vivem com menos de US$ 1,25 ao dia.
Com isso, número de miseráveis no mundo é elevado em 400 milhões.

O Banco Mundial divulgou nesta terça-feira (26) os resultados de uma pesquisa que mostra que a pobreza é maior do que se estimava no mundo em desenvolvimento. Usando um novo método para definir a linha da pobreza - renda individual inferior a US$ 1,25 ao dia -, a instituição concluiu que existiam 1,4 bilhão de pessoas em 2005, ou 25% da população mundial, abaixo da linha da pobreza.


Com a revisão dos conceitos - que antes consideravam miseráveis as pessoas vivendo com menos de US$ 1 ao dia -, o número de homens e mulheres em extrema pobreza no mundo aumentou em 400 milhões, de acordo com o Banco Mundial.

Avanços

A conclusão dos envolvidos no estudo é que, mesmo o número de pobres sendo maior do que o inicialmente calculado, houve avanços no combate à miséria, especialmente no Leste Asiático. Na China, a quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza caiu de 835 milhões para 207 milhões entre 1981 e 2005. No restante do mundo em desenvolvimento, o percentual de miseráveis caiu de 40% para 29%, segundo o estudo.

Na África ao Sul do Sahara - uma das regiões mais pobres do planeta -, entretanto, os avanços ainda não chegaram. Nesta área, cerca de 50% das pessoas vivem com menos de US$ 1,25 ao dia, o mesmo percentual registrado em 1981. Em termos absolutos, o número de miseráveis quase dobrou na região: passou de 200 milhões, em 1981, para cerca de 380 milhões, em 2005.

Para países de "renda média", como o Brasil, a linha da pobreza é definida por pessoas que sobrevivem com menos de US$ 2 por dia. Cerca de 2,6 bilhões de pessoas vivem com menos de US$ 2, quantidade praticamente igual à registrada em 1981. Entretanto, por causa do aumento da população no período, houve avanços em termos percentuais, ressalta o Banco Mundial.

"As novas estimativas são um grande avanço em medição porque elas são baseadas em melhores dados de preços para assegurar que as linhas de pobreza sejam comparadas entre os diferentes países", diz Martin Ravallion, diretor do grupo de pesquisas em desenvolvimento do Banco Mundial.


Comparação

Na comparação com os dados de 1981, porém, está claro que houve evolução - na época, 1,9 bilhão de pessoas viviam com menos de US$ 1,25 ao dia, o que equivalia então a 50% da população mundial. No método antigo, de US$ 1, o número de miseráveis no mundo era de 1,5 bilhão de pessoas.

"Os novos dados confirmam que o mundo vai provavelmente atingir as metas do milênio de reduzir à metade o nível de pobreza de 1990 em 2015. E a pobreza caiu em 1 ponto percentual todos os anos desde 1981", diz o economista chefe e vice presidente do Departamento de Economia do Banco Mundial, Justin Lin.

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