sexta-feira, 19 de setembro de 2008

300 mil saíram da pobreza no Ceará

Em 2006, eram 4,6 milhões de pobres no Estado. No ano seguinte, essa parcela da população caiu para 4,3 milhões.
Apesar do baixo nível de renda no Ceará, mais de 300 mil cearenses deixaram de ser pobres entre 2006 e 2007. ´É um número espetacular´, avalia o economista Flávio Ataliba, pesquisador do Laboratório de Estudo da Pobreza (LEP), vinculado ao Curso de Pós-Graduação em Economia, Caen, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Em 2006, eram 4,6 milhões de pobres no Estado, considerando aqueles que ganhavam até meio salário mínimo. No ano seguinte, essa parcela da população caiu para 4,3 milhões de pobres, sendo 1,6 milhão na área urbana, 1,4 milhão na zona rural e 1,3 milhão na região metropolitana de Fortaleza (RMF). Os dados fazem parte de pesquisa que faz análise comparativa do Ceará com o Nordeste e o Brasil a partir da evolução dos principais indicadores sociais nas zonas metropolitana, rural e urbana (que inclui microdados da Pnad de 1995 a 2007).
Os resultados serão divulgados hoje pelo LEP/Caen.A pesquisa é de autoria de Flávio Ataliba, Carlos Alberto Manso, Paulo Faustino Matos e Pedro Andrade da Costa.
Segundo Ataliba, o estudo também revela que a renda média do cearense cresceu mais que a do Nordeste e do Brasil, o que causou a redução do número de pobres no Estado, nesses dois anos de análise. No Estado, região e País, os incrementos foram de 4,02%, 3,03% e 2,74%, respectivamente.
O pesquisador ressalta que, mesmo com a melhora na renda, o Ceará não saiu da 26ª posição no ranking entre os estados brasileiros.
O crescimento de 4,02% foi motivado pelo aumento na renda do trabalhador da zona rural no Estado, que se elevou em 13,5%, entre 2006 e 2007. Na RMF, a expansão foi de 1,95% e, na área urbana, 3,81%.
De 1995 a 2007, o incremento na renda do cearense foi de 19,04%, com forte influência da zona rural (64%), além de altas de 7,7% no meio urbano e de 2,31% na RMF. O percentual no Estado ficou abaixo dos crescimento na região Nordeste (26,79%), mas acima da média brasileira, que subiu 13,13%.
Renda dos pobres
A pesquisa revela também, de acordo com o economista, que aqueles que estavam próximo a linha da pobreza conseguiram ascender economicamente, mas deixaram os muito pobres, o que derrubou a renda média desta parcela da população.
Isso fica evidente ao observar a queda na proporção de pobres, que recuou 7,87% no Estado, e na renda média desta classe social, que caiu 2,79%.
Em 2006, os pobres representavam 56,39% da população. Em 2007, eram 51,95%.
proporção de pobres também declinou no Nordeste (8,18%) e no País (11,01%).Entre os indigentes (que recebem menos de um quarto do salário mínimo), a renda caiu 3,92%, passando de R$ 51,85, em 2006, para R$ 49,82, em 2007.
De 1995 ao ano passado, foram registradas quedas de 0,7% no Estado, 3,59% no Nordeste, e 6,66% no País.O Ceará, no entanto, passou de 26º para 8º no ranking nacional da renda média de indigentes.
NÚMEROS - RAIO-X DA DESIGUALDADE
1,6 milhão de pobres vivem na área urbana do Ceará
1,4 milhão de pobres estão na zona rural do Estado
1,3 milhão de pobres residem na RMF
13,5% foi a alta da renda rural entre 2006 e 2007
1,95% foi o amento da renda da RMF

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