segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Quixadá: "Cães não sofrem maus-tratos"
Sem sofrimento. Técnicos das equipes do Centro de Controle de Zoonoses de Quixadá e do Núcleo de Quixeramobim garantem não haver qualquer maltrato a animais domésticos contaminados por doenças degenerativas, sem condição de tratamento. Nesses casos, quando não existe alternativa, antes de serem sacrificados, cães e gatos são anestesiados. O processo é realizado dentro dos critérios estabelecidos na Resolução nº 714, de 20 de junho de 2002, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
Segundo o diretor do CCZ de Quixadá, médico veterinário André Medeiros, a eutanásia é feita com injeção de cloreto de potássio, precedida de anestesia geral barbitúrica. O animal morre como se dormindo. Cada dose anestésica custa em média R$ 2,50. “Os CCZs enfrentam dificuldades por falta de verba”, ressalta Medeiros.
O coordenador do núcleo de controle animal de Quixeramobim, veterinário Francimar Saldanha, concorda com o colega. Embora no município não haja registro de endemias, é necessário manter o estoque de sedativos. Dez frascos custam R$ 500,00. Em média, são recolhidos semanalmente quatro animais considerados irrestritos — vadios — das ruas da cidade. Ele cita a situação como tranqüila, bem diferente da enfrentada em Aracoiaba e Baturité, mas ressalta a dificuldade de manter o controle. É preciso que a população colabore.
Em Quixadá, onde o número de recolhimentos chega a 10 vezes mais e 80% não são procurados pelos donos e mais da metade dos cães são eutanasiados após inspeção veterinária, o diretor do CCZ aposta na castração como alternativa eficaz para o problema. Ele elaborou um projeto de controle de natalidade para os bichos. Pretende implantá-lo após as disputas eleitorais. Espera que o município disponibilize a verba. A cirurgia custa em torno de R$ 10,00. O especialista estima que dois anos após implantado, o programa apresentará excelentes resultados.
Além do controle de natalidade, Medeiros pretende incentivar a população a adotar os animais abandonados pelos donos. Pelo menos dez deles estão disponíveis toda semana no canil público de Quixadá. Saudáveis e vacinados, podem ser levados por qualquer adulto. Tratar bem é a única exigência feita pelos profissionais que todos os dias se esforçam para evitar que os moradores não sejam agredidos pelos cães e contaminados por raiva ou calazar, doenças nocivas ao ser humano. A raiva é 100% letal. O calazar tem cura, desde que seja diagnosticado precocemente.
Número de agressões
Segundo zootécnicos que atuam em Quixeramobim, nos últimos oito meses, 173 pessoas foram agredidas por cães e 42 por gatos. Em Quixadá, as estimativas apontam para o dobro de agressões. Dados da 8ª Célula Regional de Saúde, apontam que o último caso de raiva animal na região foi em 2001. Nos últimos 20 anos, não há registro de óbito humano pela doença no Sertão Central. As campanhas de vacinação vem recebendo adesão maciça, o que auxilia na redução da matança animal e do perigo para a população.
ALEX PIMENTEL
Colaborador
Diário do Nordeste
www.diariodonordeste.com.br
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