quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sarkozy pede inclusão do Brasil no G8 e no CS


Presidente francês defendeu também a entrada da China, da Índia, da África do Sul e do México

New York. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, pediu ontem, em seu discurso na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) que o G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) e o Conselho de Segurança (CS) da ONU incluíssem também o Brasil, a China, a Índia, a África do Sul e o México. Sarkozy pediu também a realização de uma reunião de cúpula internacional até o fim de 2008 para discutir a crise financeira internacional e reconstruir coletivamente ´um capitalismo regulamentado´.

´Não se pode governar o mundo do século XXI com as instituições do século XX´, declarou Sarkozy. ´As grandes potências de hoje e as de amanhã precisam se unir para assumir, juntas, as responsabilidades decorrentes de seu peso nos assuntos mundiais, para que as instituições internacionais tenham mais coerência, sejam mais representativas, mais fortes e mais respeitadas´, acrescentou. ´Quero dizer a todos os que ainda estão relutantes que ampliar o Conselho de Segurança e o G8 não é apenas uma questão de eqüidade, é também a condição para poder atuar com eficiência´, afirmou. ´Não podemos mais esperar para ampliar o Conselho. Não podemos mais esperar para transformar o G8 em G13 ou G14, integrando a China, a Índia, a África do Sul, o México e o Brasil´, finalizou.

Sarkozy também alertou a Rússia contra o uso da força para resolver disputas - como na recente guerra contra a Geórgia - e deixou claro ao Irã que Paris vai se empenhar por mais sanções devido ao programa nuclear da República Islâmica.

´O que a Europa está dizendo à Rússia é que queremos laços com a Rússia, que queremos construir um futuro compartilhado com a Rússia, queríamos ser parceiros da Rússia´, disse Sarkozy.

´A Europa também está dizendo à Rússia que não pode comprometer o princípio da soberania e independência dos Estados, sua integridade territorial ou o respeito pelo direito internacional´, acrescentou Sarkozy, que preside a União Européia neste semestre.

A Rússia invadiu a Geórgia no mês passado para rechaçar uma tentativa georgiana de reconquistar militarmente a república separatista da Ossétia do Sul, um protetorado de Moscou. Sarkozy mediou o fim do conflito, mas a UE e os Estados Unidos criticaram duramente Moscou pela reação supostamente exagerada à iniciativa da Geórgia, um país aliado do Ocidente.

´A mensagem da Europa a todos os Estados é de que ela não pode aceitar a força para resolver uma disputa´, acrescentou o presidente francês.

Ele disse ainda que a UE nunca aceitará que o Irã tenha armas nucleares, ´pois isso ameaçaria a paz e a estabilidade de uma região inteira, nem poderá tolerar que o Irã pleiteie a destruição de...Israel´.

Sarkozy disse a jornalistas que a França apóia totalmente uma quarta rodada de sanções contra o Irã por sua recusa em abdicar das atividades de enriquecimento de urânio - que Teerã diz ser pacíficas. O presidente admitiu, porém, que a Rússia pode dificultar a adoção dessas medidas. Sarkozy prometeu ainda não abandonar o Afeganistão e continuar a luta contra o Taleban.

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