Em nota, a Secretaria Especial de Direitos Humanos rendeu tributo aos familiares de Bergson Gurjão
Brasília. Exame de DNA permitiu a identificação dos restos mortais de Bergson Gurjão Farias, desaparecido da Guerrilha do Araguaia entre 4 de maio e 4 de junho de 1972.
A identificação foi anunciada, ontem, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos e pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. A família do guerrilheiro foi avisada pessoalmente em Fortaleza. Em nota, a SEDH rendeu tributo ao cearense que ´entregou sua vida à causa da justiça e da liberdade´.
Para o presidente da Associação 64/68 Anistia e da Comissão de Anistia do Ceará, Mário Albuquerque, a identificação dos restos mortais de Bergson tem uma importância histórica e política. ´O Bergson era uma pessoa de liderança política muito forte na década de 1960, dotada de uma forte consciência social. Ele tinha uma grandeza humana que nós devemos honrar e lembrar para sempre´, declarou.
Buscas
O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal protocolou requerimento na Justiça Federal pedindo a participação de civis e familiares na operação de buscas de corpos de guerrilheiros e camponeses mortos na região do Araguaia (PA). As buscas, que estão sendo conduzidas pelo Exército, devem começar hoje.
No requerimento, a Procuradoria pede a suspensão das escavações feitas pelo Exército até que seja feito um levantamento mais seguro dos locais onde os guerrilheiros teriam sido enterrados. Em nota, a Procuradoria informa que o objetivo do requerimento é garantir o cumprimento da sentença judicial que obriga a União a informar onde estão enterrados os corpos dos guerrilheiros, entregar as ossadas às famílias e prestar informações sobre as operações militares realizadas no Araguaia em 120 dias -prazo que termina no dia 12.
A busca pelos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia ganhou força depois das recentes declarações de Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió. Segundo o major, 41 guerrilheiros foram executados pelos militares durante a Guerrilha do Araguaia.
Até hoje não se sabe quantas pessoas morreram nos conflitos do Araguaia, na divisa dos Estados do Pará, Maranhão e Tocantins.
De acordo com o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, as escavações deverão começar apenas em agosto. Na etapa seguinte, o material, caso seja encontrado, vai ser enviado aos laboratórios de perícia.
O episódio conhecido como Guerrilha do Araguaia aconteceu na segunda metade dos anos 60 e na primeira dos 70 e contou com a participação de 70 militantes.
FIQUE POR DENTRO
Bergson foi torturado e morto a baioneta
O cearense Bergson Gurjão Farias era estudante de Química da Universidade Federal do Ceará e vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), em 1967. No ano seguinte, mudou-se para Caianos, na região do Araguaia e desapareceu em 8 de maio de 1972, após ter sido ferido em combate. Seu corpo foi levado para Xambioá, todo deformado, tendo sido pendurado em uma árvore de cabeça para baixo. O desaparecimento do jovem guerrilheiro foi denunciado em juízo pelos presos políticos Jenoino Neto e Dower Moraes Cavalcante. De acordo com os presos, Bergson teria sido morto a baioneta.
Extraída do Diário do Nordeste
www.diariodonordeste.com.br
Brasília. Exame de DNA permitiu a identificação dos restos mortais de Bergson Gurjão Farias, desaparecido da Guerrilha do Araguaia entre 4 de maio e 4 de junho de 1972.
A identificação foi anunciada, ontem, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos e pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. A família do guerrilheiro foi avisada pessoalmente em Fortaleza. Em nota, a SEDH rendeu tributo ao cearense que ´entregou sua vida à causa da justiça e da liberdade´.
Para o presidente da Associação 64/68 Anistia e da Comissão de Anistia do Ceará, Mário Albuquerque, a identificação dos restos mortais de Bergson tem uma importância histórica e política. ´O Bergson era uma pessoa de liderança política muito forte na década de 1960, dotada de uma forte consciência social. Ele tinha uma grandeza humana que nós devemos honrar e lembrar para sempre´, declarou.
Buscas
O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal protocolou requerimento na Justiça Federal pedindo a participação de civis e familiares na operação de buscas de corpos de guerrilheiros e camponeses mortos na região do Araguaia (PA). As buscas, que estão sendo conduzidas pelo Exército, devem começar hoje.
No requerimento, a Procuradoria pede a suspensão das escavações feitas pelo Exército até que seja feito um levantamento mais seguro dos locais onde os guerrilheiros teriam sido enterrados. Em nota, a Procuradoria informa que o objetivo do requerimento é garantir o cumprimento da sentença judicial que obriga a União a informar onde estão enterrados os corpos dos guerrilheiros, entregar as ossadas às famílias e prestar informações sobre as operações militares realizadas no Araguaia em 120 dias -prazo que termina no dia 12.
A busca pelos desaparecidos da Guerrilha do Araguaia ganhou força depois das recentes declarações de Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió. Segundo o major, 41 guerrilheiros foram executados pelos militares durante a Guerrilha do Araguaia.
Até hoje não se sabe quantas pessoas morreram nos conflitos do Araguaia, na divisa dos Estados do Pará, Maranhão e Tocantins.
De acordo com o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, as escavações deverão começar apenas em agosto. Na etapa seguinte, o material, caso seja encontrado, vai ser enviado aos laboratórios de perícia.
O episódio conhecido como Guerrilha do Araguaia aconteceu na segunda metade dos anos 60 e na primeira dos 70 e contou com a participação de 70 militantes.
FIQUE POR DENTRO
Bergson foi torturado e morto a baioneta
O cearense Bergson Gurjão Farias era estudante de Química da Universidade Federal do Ceará e vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), em 1967. No ano seguinte, mudou-se para Caianos, na região do Araguaia e desapareceu em 8 de maio de 1972, após ter sido ferido em combate. Seu corpo foi levado para Xambioá, todo deformado, tendo sido pendurado em uma árvore de cabeça para baixo. O desaparecimento do jovem guerrilheiro foi denunciado em juízo pelos presos políticos Jenoino Neto e Dower Moraes Cavalcante. De acordo com os presos, Bergson teria sido morto a baioneta.
Extraída do Diário do Nordeste
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