Enquanto o número de novos casos de Aids caiu entre as pessoas de menor escolaridade nos últimos dez anos, a infecção pelo HIV avançou na população mais escolarizada de São Paulo. Um levantamento inédito da Secretaria de Estado da Saúde comprova o crescimento do que pode parecer um contra-senso.
Nem mesmo o maior acesso a informações sobre prevenção foi capaz de proteger os paulistas com mais de oito anos de estudos. Diferentemente, a educação beneficiou os menos favorecidos.
Em 1997, quando 3.371 mulheres se contaminaram no Estado, 12,2% das paulistas que contraíram a doença tinham entre 8 e 11 anos de estudo. No ano passado, esse índice mais que dobrou e chegou a 25,4% dos casos.
No mesmo período, as contaminações de mulheres que freqüentaram a escola por no máximo três anos caiu de 33,2% para 7,5% do total de casos em 2007. "Nos últimos anos, temos assistido o aumento de casos nessa população (de maior escolaridade)", afirma o infectologista Jean Gorinchteyn, do Ambulatório do Idoso do Hospital Estadual Emílio Ribas.
Entre os homens, o fenômeno se repete. Aqueles com 8 a 11 anos de estudo representaram 26,8% do total de casos no ano passado, contra 15,3% em 1997. Para os paulistas com no máximo três anos de freqüência escolar, esse índice caiu de 28% para 5,3% no mesmo intervalo.
O fenômeno não é exclusividade do Brasil, afirma o presidente do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (Gapa) de São Paulo, José Carlos Velloso. "Essa é uma tendência que notamos no mundo todo, principalmente entre mulheres de países desenvolvidos e em desenvolvimento." As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
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