quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Mortalidade será reduzida até 2011

A redução da mortalidade infantil é um dos oito objetivos oficializados na Cúpula do Milênio de 2000

Brasília. O diretor do Departamento de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde, Adson França, anunciou ontem, durante a abertura da 1ª Conferência Brasileira de Monitoramento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio do Setor de Saúde, que o Brasil atingirá a meta de redução da mortalidade infantil até 2011. O número de óbitos infantil cai atualmente, em média, 5,2% ao ano, o que significa quase do dobro estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que é de 2,9% ao ano.

A expectativa do Brasil é reduzir em dois terços os índices de mortalidade infantil, atingindo 14,4 mortes para cada grupo de mil crianças menores de um ano de idade. A redução da mortalidade infantil é um dos oito objetivos oficializados por 191 nações na reunião da Cúpula do Milênio, promovida pela ONU, em 2000. O acordo assumido pelos países visava a melhorar a situação da população mundial até 2015.

“O Brasil atingirá a meta de mortalidade infantil em função, em primeiro lugar, de um programa nacional de imunização. O segundo aspecto é que passamos a ter uma grande ampliação da atenção básica no Brasil. Em 1994, tínhamos uma cobertura de 1 milhão de pessoas, hoje são mais de 90 milhões, com atenção básica e saúde da família. O terceiro ponto é que hoje 95% das áreas urbanas do país têm área potável, um avanço fenomenal”, afirma Adson França.

O diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Nils Kastberg, disse que a redução da mortalidade infantil no Brasil, anos antes de 2015, é importante não só para o país, mas também para sinalizar a outros países que as metas do milênio são apenas um referência e não um limite a ser alcançado.

“Estamos tendo avanços importantes, mas precisamos garantir que não haja precipícios de diferenças entre negros, brancos ou indígenas”, ressalta Nils Kastberg.

MINISTÉRIO ADMITE
Diminuir óbito materno será difícil

Brasília. Para Adson França reduzir a mortalidade materna até 2015 é a meta mais difícil de ser alcançada pelo Brasil entre as propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a área da saúde.

Entre as oito metas estabelecidas pela ONU em 2000 nos Objetivos do Milênio, três são relacionadas à saúde: reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna e combater o HIV/aids, a malária e outras doenças. Para a saúde materna, o previsto é que os países reduzam, até 2015, 75% da mortalidade registrada em 1990.

De acordo com França, tanto a OMS como a ONU, afirmam que é necessário adotar políticas estratégicas por um prazo de 20 a 30 anos para reverter o problema da mortalidade materna no mundo.

Segundo o diretor, um dos grandes problemas a ser superado no Brasil é a falta de notificação correta das mortes maternas. Muitas mulheres que morrem durante o pré-natal, o parto ou o pós-parto são registradas como vítimas de parada cardio-respiratória ou de falência múltipla dos órgãos. “Estamos na fase de garantir a notificação compulsória. O MS definiu que em 48 horas o profissional precisa informar a morte materna ao município, em 30 dias o município tem que notificar o MS e em até 120 dias a secretaria tem que investigar a causa da morte”, disse.

Outras ações defendidas pelo Ministério são a defesa da parto natural, a luta contra cesáreas desnecessárias e a qualificação das maternidades. “Em cinco anos pretendemos colher os primeiros frutos e em duas décadas, esperamos estar comemorando”, destaca o diretor do MS.

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