quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Para latinos, maior satisfação é comprar comida

Pesquisa mostra ranking de satisfação na América Latina; Brasil é o 7º país mais satisfeito com a vida

Washington. Um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgado ontem aponta que, para os povos latino-americanos, poder comprar comida é o fator que mais influencia sua satisfação. A qualidade de vida está associada ainda com ter amigos, boa saúde, crenças religiosas, condições de manter sua moradia e emprego.

O valor implícito destas condições, na sua maioria influenciáveis por políticas públicas, indicam as prioridades para a população local e podem indicar, segundo o BID, caminhos para os governos da região.

Segundo o relatório, os latino-americanos teriam que ganhar uma renda dez vezes maior para ´compensar´ a satisfação de poder comprar comida, 7,5 vezes mais para compensar a falta de amigos com os quais possam contar e quase quatro vezes mais para superar problemas de saúde.

O relatório apontou ainda que, entre latino-americanos e caribenhos, a Costa Rica é o país onde as pessoas estão mais satisfeitas com sua vida, com 7,4 pontos em uma escala de zero a dez. Em segundo está o Panamá (6,8), seguido pelo México (6,6).

O Brasil aparece em sétimo lugar com 6,2 (mesmo índice da Colômbia e Jamaica) e, nas últimas posições, estão a República Dominicana e Haiti, com 4,9 e 3,8 respectivamente.

Estes resultados confirmam o critério subjetivo da qualidade de vida para os latino-americanos e que não há, necessariamente, uma relação entre uma maior renda per capita e a maior satisfação.

Assim, a Venezuela, que teve um crescimento médio do PIB per capita de 2% está em quarto lugar na lista de satisfação, com 6,5. Já Trinidad e Tobago, que teve um crescimento de 8,8, o maior da região, aparece apenas em 12º lugar, com escala de satisfação de 5,8. O BID aponta também, no cenário geral, a proximidade (55%) entre a avaliação dos entrevistados sobre educação, saúde e renda e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU - que mede o desenvolvimento do país com base na expectativa de vida, no nível educacional e na renda per capita.

Contudo, a maioria dos países e regiões - incluindo o Brasil - tem uma visão pessimista sobre sua qualidade de vida apontando índice subjetivo menor do que o IDH da ONU. Os mais pessimistas são o Chile, a Argentina e Peru e os mais otimistas, que apontam um índice subjetivo maior que o IDH, são a Guatemala e a Venezuela.

´No geral, os latino-americanos estão satisfeitos com sua vida, mas é interessante notar que as pessoas de alguns dos países mais pobres são as mais otimistas´, diz Luís Alberto Moreno, presidente do BID.

De acordo com Moreno, este ´paradoxo´ pode ser explicado pela exagerada expectativa de aumento do poder aquisitivo e a competição pelo status social e econômico em países de maior crescimento anual.

SATISFAÇÃO DE VIDA

1. Comprar comida
2. Ter amigos
3. Ter boa saúde
4. Crenças religiosas
5. Ter condições de manter sua moradia e emprego

BRASIL EM 4º LUGAR
82% estão felizes com seus trabalhos

Washington. Sondagem do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em 24 países divulgada ontem aponta que 82% dos latino-americanos estão felizes com seu trabalho, mesmo diante do aumento na informalidade na última década.

Na lista, a Guatemala aparece no topo com cerca de 95% dos entrevistados indicando estar satisfeitos com seus trabalhos e uma taxa de informalidade de cerca de 65%. Em segundo lugar aparece a Costa Rica, que tem o segundo menor índice de informalidade da região (perde em informalidade apenas para o Chile, que, em compensação, é o terceiro país com menor índice de satisfação com o trabalho).

O Brasil aparece em quatro lugar, com um índice de satisfação de cerca de 90%. Nas últimos posições estão o Peru e a República Dominicana, com cerca de 75% e 70% de taxa de satisfação entre os entrevistados, respectivamente.

A pesquisa mostra ainda que há um maior número de empregados que preferiam ser autônomos do que o contrário.

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