Atraso de programa gera reclamação dos moradores do Campo Novo

Passados sete meses, os moradores de baixa renda do bairro Campo Novo, maior área residencial de Quixadá, com mais de 15 mil habitantes, ainda aguardam a implantação do programa Ecoelce. Uma licença ambiental, a ser emitida pela Semace, impede o lançamento do projeto implantado pela Coelce, que transforma lixo em bônus utilizados no abatimento das contas de energia elétrica. A assinatura do convênio depende do aval de técnicos do órgão ambiental.

Em abril, a Associação de Moradores do Campo Novo deu início ao processo de credenciamento junto a Coelce. A Fundação de Geração de Emprego Renda e Habitação Popular (Fungeth) assumiu a articulação do convênio.

Segundo o presidente da Fungeth, Carlos Augusto Vitorino Cavalcante, resta apenas a inspeção ambiental no prédio da Associação. No início do mês, um ofício foi protocolado na Semace solicitando a presença de um fiscal. Ele garante que o prédio está pronto, a balança já foi comprada e o chip de transferência de créditos já foi providenciado.

Desconfiança

Mesmo assim, a presidenta da Associação Comunitária, Maria Raimunda de Araújo, está preocupada. Por conta da demora, muitos estão vendendo os resíduos sólidos coletados. Alguns não acreditam mais no programa. “Pra completar, no dia em que o prefeito Ilário Marques levou a nossa solicitação para Fortaleza, fomos surpreendidos com a prisão do superintendente da Semace”, comentou a líder comunitária. Ela se referia à operação realizada pela Polícia Federal no fim do mês passado.

Agora, será necessário mobilizar a comunidade novamente. Embora os mais de 100 filiados confiem na seriedade da associação fundada há 23 anos, terão de bater de porta em porta anunciando o início do programa de amparo social. A Semace não definiu ainda quando enviará uma equipe a Quixadá. Enquanto não é definida data para a troca de lixo pelo desconto na conta de energia elétrica, a Associação de Moradores recebe críticas.

O coordenador do projeto Ecoelce, Vinícius de Cunha Lima, estranha a dificuldade enfrentada pela Associação de Quixadá. Segundo ele, Sobral, Juazeiro do Norte, Campo Sales, Reriutaba e Iguatu não tiveram problemas. Todos os interessados são previamente orientados sobre os critérios. Além do convênio, o cadastramento da empresa responsável pela reciclagem do lixo recolhido e a licença ambiental são apontados como essenciais para a formação da parceria.

No caso de Quixadá, Lima diz que o contato preliminar foi mantido no início de abril. Quanto ao lançamento do programa, apresentada a certificação da Semace, dentro de dois dias, o Ecoelce será oficializado no município.

ALEX PIMENTEL
Repórter

DESCONTO
"Todo dia tem gente batendo na minha porta querendo trocar lixo por desconto na conta de energia".
Maria Raimunda de Araújo
Líder comunitária

Mais informações:
Associação Comunitária do Campo Novo
(88) 8815.3231
Ecoelce
0800.285.0196