quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pesquisa diz que paulistano é o mais insatisfeito com a vida sexual

Os paulistanos são os mais insatisfeitos do país com a qualidade geral da vida sexual que levam. Enquanto a média nacional de insatisfação chega a 20,5% entre os homens e 23,6% entre as mulheres; na capital paulista o índice dos que consideram o sexo regular ou péssimo atinge 25,4% dos homens e 29,1% das mulheres. No país, o morador de Manaus é o mais satisfeito nesse quesito: apenas 15,8% dos homens e mulheres reclamam de sua vida sexual.


Os dados pertencem à pesquisa Mosaico Brasil, a maior já feita sobre sexo e afetividade no país, e que entrevistou 4.206 homens e 4.031 mulheres acima de 18 anos em dez capitais brasileiras ao longo de 2008. O estudo foi divulgado na manhã desta terça-feira (25) durante entrevista em um hotel na Zona Oeste de São Paulo e foi conduzido pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, com o patrocínio do laboratório Pfizer.


Na contramão da satisfação com o sexo, o estudo mostrou ainda que as mulheres que vivem em São Paulo, mais que os homens, consideram a vida sexual o terceiro fator mais importante para a qualidade de vida. Para os paulistanos, o sexo é o quarto fator, atrás de uma alimentação saudável, tempo de convivência com a família e a prática de exercícios regulares. O estudo revela ainda que essa preocupação da mulher de São Paulo não supera apenas a dos homens que vivem em São Paulo, mas as pessoas de todo o país.


Embora o sexo seja colocado como segundo fator de qualidade de vida por 77,8% os cariocas, os homens que mais valorizam o sexo no Brasil, 81,7% das paulistanas colocaram o sexo como terceiro fator.

“A mulher mostrou que para ela o sexo é um item de qualidade de vida, mas isso não significa que ela o está fazendo como queria. Pela vida atribulada, pelos múltiplos compromissos, provavelmente ela não exercita o item da qualidade de vida da forma como gostaria”, afirmou Carmita Abdo, coordenadora do estudo. Para a professora da USP, são exatamente esses os fatores que justificam o índice de insatisfação com o sexo na capital paulista.


Número de relações sexuais

O estresse e a correria do dia-a-dia também são usados por Carmita para esclarecer por que o morador de São Paulo é o que deseja, no país, um menor número de relações sexuais na semana. Enquanto os homens gostariam de ter 5,2 relações, as mulheres desejam ter 3,5 relações. Em Belo Horizonte, esse desejo para os mineiros é de oito relações e para as mineiras de 5,3 vezes. Na prática, o número atingido de relações sexuais pelos paulistas é ainda menor. Eles praticam sexo 2,8 vezes na semana e elas, 2,1 vezes.

Segundo Carmita, o fato de os homens afirmarem ter uma relação a mais que as mulheres, em média, se justifica por motivos “tradicionais” e alguns mais recentes. “O homem ainda trai mais que a mulher e também existe mais homossexuais masculinos do que femininos”, disse. Na cidade de São Paulo, a pesquisa ouviu um total de 1.526 homens e mulheres. A maior faixa etária abordada foi entre 26 a 40 anos, mas até pessoas acima de 71 anos foram entrevistadas.

Brasil

A pesquisa foi realizada nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Salvador e Fortaleza. Entre os dados relevantes o estudo, está a consolidação da importância do sexo na vida do brasileiro e a maior facilidade com que ele fala sobre o assunto. Pela pesquisa, 95% dos brasileiros afirmam hoje que o sexo é importante ou muito importante para a vida e 57,9% dos homens e 60,6% conversam mais sobre sexo com a família. Além disso, cerca de 45% dos brasileiros se consideram realizados tanto na vida sexual como na afetiva.

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