No mercado cearense, existe uma demanda das empresas por pessoas especializadas. Essa carência tem levado empresas a importar mão-de-obra de outros Estados. Atualmente, focar num curso técnico pode ser uma boa alternativa
A ansiedade para entrar no mercado de trabalho unida à necessidade de estabelecer, o mais breve possível, uma carreira de sucesso são dois ingredientes que podem não combinar muito. Afinal, os especialistas são unânimes ao afirmar que é regra básica haver qualificação por parte dos profissionais para que eles encontrem uma oportunidade no mercado ou firmem, definitivamente, sua posição dentro da empresa.
Como então unir uma rápida capacitação e, ainda assim, garantir a segurança do retorno do tempo e dinheiro investidos na formação?
A resposta pode estar na área técnica. Há tempos, o mercado apresenta a necessidade de profissionais especializados, mas por falta de mão-de-obra qualificada, os postos acabam sendo ocupados por pessoas que pertencem a outras áreas. É o que relata o professor doutor Alexandre Havt, que atua na Unidade de Pesquisas Clínicas & Instituto de Biomedicina, da Universidade Federal do Ceará. Ele explica que no laboratório onde trabalha existe uma demanda por técnicos que possam atuar diretamente com os projetos de pesquisa. ´A maioria é concursada, são graduados que optaram por trabalhar na área técnica, mas pessoas com uma formação específica ainda não encontramos´, explica. O professor completa, ´o que há são profissionais que auxiliam na parte de apoio, de limpeza de materiais utilizados nos experimentos, mas não ativamente na pesquisa´.
Essa carência acaba gerando um fenômeno não muito positivo para a economia local. A diretora da CMGB Serviços, Ivanna Gaino, afirma que ´em alguns casos, é preciso buscar mão-de-obra fora do Ceará. Um exemplo típico está na área de Telecomunicações. Foram vários as oportunidades em que tive que recrutar pessoas de fora do Estado´. Ivanna também aponta alguns postos em que existe uma forte demanda, mas faltam profissionais. ´São técnicos em edificação, que atuam na construção civil; técnico de segurança do trabalho, técnico comercial, que está preparado para vender produtos químicos ou de nutrição, por exemplo´ .
Pontos positivos
A gerente da área de Artes, Turismo, Desporto e Lazer do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (CEFETCE), professora Rúbia Valério vê algumas vantagens na opção pela área técnica. Ela explica que ´o profissional focaliza bem uma função e fica hábil nela. Ele tem bem direcionada uma vertente no mercado para trabalhar´.
Já o diretor de ensino do CEFETCE, Gilmar Lopes Ribeiro, vê outras vantagens para quem decide trabalhar como técnico. ´Primeiro que a pessoa entra no mercado de trabalho mais cedo. O profissional termina o curso com uma média de 17 a 18 anos de idade. A outra é a própria oferta´, afirma o diretor. Gilmar Lopes lembra que, em países desenvolvidos, a relação de pessoas com nível superior e nível técnico é de uma para cinco. ´No Brasil, é o inverso´, diz ele.
Ainda de acordo com o diretor, os salários são competitivos. Dependendo da área, a remuneração pode chegar a R$ 2 mil. ´Alguns bons exemplos são as grandes empresas do setor têxtil, petróleo e gás´, garante Gilmar Lopes.
INFORMAÇÕES
2.000 reais é o salário inicial que um técnico pode chegar a ganhar, dependendo da empresa.
40 vagas de estágio surgem, por mês, em média, para estudantes de nível técnico.
DICAS
"Os salários são bastante competitivos, dependendo da área de atuação e da empresa"
Gilmar Lopes Ribeiro
Diretor de ensino do CEFET-CE
"Na área técnica, o profissional focaliza bem uma função e fica hábil nela"
Rúbia Valério
Professora do CEFET-CE
domingo, 16 de novembro de 2008
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