Até no futebol, que é um esporte coletivo, uma pessoa eventualmente treina e se aperfeiçoa sozinha, também o estudo da oratória, na falta de uma escola ou de professores, pode ser realizado só com a orientação de um livro ou de um texto de revista. Este é o meu objetivo, dar a você condições de treinar e aperfeiçoar sozinho suas habilidades oratórias. Eu poderia escolher diversas formas para orientá-lo na preparação e aperfeiçoamento da arte de falar em público, desde um dos métodos utilizados, que ensina executivos e profissionais liberais a se apresentarem de maneira eficiente em reuniões, palestras e exposições de projetos e produtos; até dicas e sugestões básicas de como se apresentar diante da platéia. Escolhi, um recurso que poderá atender às expectativas da maioria dos leitores, um roteiro com respostas às perguntas mais comuns formuladas. Vou apresentar as mais comuns organizando-as por ordem de relevância
PRIMEIRA QUESTÃO
Quando falo em público fico muito nervoso, as batidas do meu coração aceleram, as mãos suam, as pernas tremem, a voz enrosca na garganta, os pensamentos somem, perco a concentração, não consigo ouvir o que estou falando e não tenho controle sobre a velocidade das palavras. Como faço para acabar com esse nervosismo ?
Essa resposta não é simples, pois o nervosismo não desaparece num passe de mágica. Para combatê-lo é necessário estudo, força de vontade e dedicação.
Em primeiro lugar é preciso saber que o nervosismo é uma conseqüência do medo. Quando ficamos com medo as glândulas supra-renais liberam adrenalina no organismo para fortalecer os músculos, aumentar a pressão sanguínea e nos preparar para fugir mais rapidamente da situação de perigo. Entretanto, quando falamos em público, ficamos com medo, ocorre a liberação da adrenalina com a finalidade de fortalecer o organismo e nos preparar para a fuga, mas não dá para fugir. O público está ali à nossa frente aguardando que façamos a apresentação. Assim, como não nos movimentamos como deveríamos nos movimentar se estivéssemos fugindo, a adrenalina não é metabolizada e permanece mais tempo do que deveria no organismo e provoca esse nervosismo todo. Portanto, para falar com mais tranqüilidade é preciso reduzir a quantidade de adrenalina despejada no organismo. São três os caminhos para que você possa falar com mais confiança, e que precisam ser tomados simultaneamente:
Conhecer o assunto com a maior profundidade possível e ordená-lo de forma lógica e concentrada;
Treinar bastante o uso da palavra em público para ter prática e adquirir experiência;
Aprender a identificar as qualidades de comunicação que você possui.
Como você pode notar, sua dedicação deverá ser bastante intensa, pois para ter segurança precisará estudar muito bem o assunto e planejar a seqüência da apresentação, sabendo passo a passo o caminho que irá seguir; aproveitar todas as oportunidades que aparecem para exercitar o uso da palavra diante do público; estabelecer um projeto para desenvolver o autoconhecimento positivo, aprendendo cada vez mais quais são as qualidades da sua comunicação. A partir desses três pontos você se sentirá mais seguro, descarregará menos adrenalina no organismo e o nervosismo diminuirá a um nível suportável, de forma a não prejudicar suas apresentações. Bem ao contrário, um pouco de adrenalina poderá se transformar em energia positiva e ajudá-lo a falar com mais disposição e entusiasmo.
SEGUNDA QUESTÃO
Não sei o que fazer com as mãos. Quando estou na frente do público parece que elas ficam enormes e sobram dedos para todos os lados. Como deverei gesticular ?
Essa questão já possibilita uma resposta mais simples e fácil de ser posta em prática. Gesticular quando falamos em público não é muito diferente da gesticulação que usamos nas conversas mais informais com amigos, pessoas da família e colegas de trabalho. Se você fizer gestos diante dos ouvintes da mesmo maneira como já faz nas conversas do cotidiano, com certeza irá acertar. Alguns conselhos que você poderá pôr em prática imediatamente para melhorar a gesticulação:
Evite a falta de gestos, mas também, e principalmente, o excesso de gesticulação. Se você não gesticular, deixará de usar um aspecto importante da expressão corporal para transmitir a mensagem; entretanto, se você gesticular demais, poderá atrapalhar a concentração dos ouvintes e eles terão dificuldade para acompanhar seu raciocínio. Se tiver de optar entre a falta e o excesso de gesticulação, prefira a falta.
Faça gestos moderados, normalmente acima da linha da cintura e sem pressa de voltar com as mãos à posição de apoio. Esses cuidados farão com que a gesticulação diante da platéia seja muito parecida com a que você já está acostumado a usar e proporcionará um comportamento natural, espontâneo e expressivo. De forma objetiva e simplificada, a regra é procurar explicar com as mãos com moderação o que você está dizendo.
TERCEIRA QUESTÃO
Como devo me posicionar diante do público? Posso me movimentar? Já li alguns livros que dizem que a movimentação é importante, e outros que afirmam que é melhor ficar parado. Afinal, quem está com a razão ?
Por estranho que possa parecer os dois têm razão. Se você ficar imóvel diante do público, dificilmente conseguirá interagir com os ouvintes. Por outro lado, se você se movimentar demais, ou sem objetividade, passará a imagem de alguém inseguro, hesitante e sem convicção. Por isso, posicione-se naturalmente sobre as duas pernas, dando um equilíbrio ao corpo e procure se movimentar quando houver alguma finalidade, como aproximar-se de uma parte da platéia que começa a ficar desatenta, para que voltem a prestar a atenção; ou para dar ênfase a determinadas informações que julgar relevante. Se você se posicionar ora sobre a perna, ora sobre a outra, procurando uma forma de se sentir confortável, demonstrará aos ouvintes que não está à vontade e eles poderão interpretar por essa atitude tratar-se de um sinal da falta de conhecimento sobre o tema.
Autor: Reinaldo Polito
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sábado, 29 de novembro de 2008
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