sábado, 9 de maio de 2009

Sociedade mobilizada para ajudar desabrigados

Além das doações, atingidos pelas chuvas contam com o socorro oferecido por homens do Exército brasileiro


No Estado do Ceará, a quadra chuvosa intensa deste ano trouxe não só sofrimento em áreas urbanas e rurais com dificuldades estruturais ou de escoamento de águas pluviais. Trouxe, ainda, uma “avalanche” de ações de solidariedade, em forma de doações feitas individualmente ou através de instituições da sociedade civil organizada.

Também o Exército brasileiro entrou no socorro aos desabrigados e só no Ceará 153 homens da 10ª Região Militar atuam na Operação Enchente, que conta, ainda, com 76 homens atuando neste trabalho no Piauí e 410 no Maranhão, totalizando 639 homens.

O Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará (constituído pelo Sesi, Senai, IEL, Indi e Fireso) fará campanha de mobilização para arrecadar alimentos para as famílias desabrigadas pelas chuvas. Serão mobilizados os 38 sindicatos filados à Fiec, empresas e a sociedade civil organizada. No Estado, já são 220 mil pessoas afetadas.

Hoje, às 10h, o presidente da Fiec, Roberto Proença de Macêdo, e o superintendente do Sesi, Francisco das Chagas Magalhães, participam de reunião com o Comando da 10ª Região Militar para tratar do assunto.

Em 2001, em parceria com o Exército, foram distribuídas 110 toneladas de alimentos, oito mil litros de leite, 150 mil tijolos, 50 mil quilos de cimento, quatro mil peças de roupas, 15 mil litros de hipoclorito de sódio, além de medicamentos aos desabrigados.

Naquele ano, mais de 40 mil pessoas ficaram sem-teto em Fortaleza e na Região Metropolitana devido às fortes chuvas.

Já no ano de 2004, foram entregues 221 toneladas de alimentos aos desabrigados das chuvas, beneficiando um total de 43 comunidades em 13 municípios cearenses.

Desta vez, até ontem o Exército atuava em quatro municípios do estado: Sobral, Acaraú, Quixeramobim e Camocim. Segundo o major Messias Coelho Freitas, da 10ª RM, no início da noite, na cidade de Quixeramobim, a situação voltou à normalidade, tendo em vista a diminuição das chuvas na área.

Este ano, a atuação do Exército começou no dia 21 de abril e a expectativa é de que se prolongue até quando houver necessidade dessa ajuda.

Em cada comunidade, esse socorro se desenvolve conforme as necessidades mais prementes e em conjunto com a Defesa Civil e a prefeitura local. As ações envolvem o transporte de móveis e população para abrigos, separação e distribuição de donativos e distribuição de cestas básicas.

ENQUETE

Como está a situação no município?

Valdeci da Silva Santos
37 ANOS
Agricultor

Muito ruim. No meu caso, que sou agricultor, perdi toda a plantação de feijão e agora nem sei o que fazer

Neusir Silva Eduardo
58 ANOS
Dona-de-casa

A situação é difícil. Minha irmã mora bem na área que sofreu alagamento. Ela e os filhos estão morando comigo

Luiz Ferreira dos Santos
63 ANOS
Comerciante

Estou desalojado, morando na casa de parentes. Aguardo as chuvas diminuírem para saber como será no futuro

Mozarly Almeida, Lêda Gonçalves e Renata Benevides
Repórteres
Diário do Nordeste

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