sexta-feira, 8 de maio de 2009

Professores da rede estadual entram em greve


A greve atinge as escolas de Fortaleza e do Interior para pressionar o governo a implantar a Progressão Horizontal

Professores da Educação Básica do Estado decidiram ontem, em assembléia geral, entrar em greve por tempo indeterminado em protesto contra a decisão do governador Cid Gomes de transformar a progressão horizontal em abono a ser pago no contracheque de maio. “O abono é provisório, queremos a implantação e pagamento da progressão horizontal”, afirmou o Reginaldo Pinheiro, do Sindicato Apeoc

A paralisação vai deixar sem aula cerca de 590 mil estudantes da rede pública estadual no Ceará. Reginaldo Pinheiro disse que os professores vão recuperar, após a greve, toda a carga horário do aluno. “Se cortarem o ponto do professor, inexiste a obrigação de repor as aulas”, esclarece o diretor da diretoria da Apeoc.

A assessoria de Imprensa da Secretaria da Educação do Estado (Seduc) informou que, até o fim da tarde de ontem, ainda não havia chegado ao Gabinete nenhum comunicado oficial sobre a greve dos docentes. Ressaltou que a secretária Izolda Cela só vai se manifestar depois que receber o documento do sindicato da categoria.

Reivindicações

Pinheiro relatou que os professores estão insatisfeita e se consideram “traídos” pelo governador Cid Gomes, que não cumpriu com o compromisso de efetivar a progressão horizontal. “O governo enviou um projeto de lei à Assembléia Legislativa instituindo um abono de 5%, relativo ao período de setembro de 2008 até junho de 2009, totalizando 50%, mas isso não é progressão e ela agride o nosso Plano de Cargo, Carreira e Remuneração”.

Além da questão da progressão funcional, Pinheiro também cobram de Cid Gomes o compromisso de antecipar a data-base da categoria de julho para março, em 2009, e para janeiro em 2010, já que os recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação (Fundeb), que sobram em um ano, só podem ser aplicados até o primeiro trimestre do ano seguinte. “Nem essa promessa, ele cumpriu”, diz Pinheiro.

O dirigente da Apeoc destaca ainda que o Ceará foi o único no Nordeste que assinou, no ano passado, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) na Justiça contra a lei nacional do piso do magistério. “A Procuradoria Geral do Estado alega que a lei do piso é inconstitucional, o que nós descartamos e vamos continuar lutando pelo piso nacional”.

Os professores do Estado também discordam da forma como o governo está tratando o Plano de Cargos e Carreiras (PCCR). “Sabemos que o plano está sendo elaborado a quatro paredes, sem a participação da categoria. Queremos discutir e participar da elaboração do nosso plano”, enfatizou.

Ontem, o comando de greve elaborou a agenda da paralisação geral. Hoje e na próxima segunda-feira, os professores vão se reunir nas escolas com pais e estudantes para prestar esclarecimentos sobre os motivos da greve. Ainda na próxima segunda-feira, acontecerá zonais, às 15 horas, na Escola Mariano Martins (Regional 3).

Na próxima quarta-feira, está marcado um ato público na Praça da Bandeira em Defesa da Educação, a partir das 15 horas. A próxima assembléia geral está prevista para a o dia 15, às 9 horas, no Ginásio Aécio de Borba, às 9 horas.

Suelem Caminha
Repórter

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