segunda-feira, 23 de março de 2009

Quixadá exporta pólo de atrações radicais


Modalidades de esportes radicais praticados em Quixadá inspiram pólo ecoturístico em Pernambuco

Escaladas, rapel, trilhas, arvorismo, corridas de orientação e muito mais. As atrações esportivas de aventura praticados habitualmente na “Terra dos Monólitos” expandem suas fronteiras e conquistam a Zona da Mata pernambucana. Pontes, muro de escalada, tirolesa e outras modalidades radicais acabam de formar o novo complexo instalado na cidade de Belém de Maria, a 180km de Recife (PE). O pólo ecoturístico e hoteleiro será inaugurado no início de junho.

A criação do espaço esportivo foi inspirada no maior encontro de Desbravadores do Nordeste, realizado no fim de novembro passado, em Quixadá. Na ocasião, mais de 4,5 mil jovens participaram do XII Campori, promovido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Os 140 hectares da antiga Escola Nordestina Adventista (ENA) ganharam um circuito similar ao instalado no entorno do Açude do Cedro.

Segundo o empresário pernambucano João Eudes Duarte, idealizador do projeto, o interesse juvenil e o know-how desenvolvido no Interior do Ceará o levaram a desenvolver o empreendimento. Resolveu convidar o responsável pela instalação dos equipamentos, o oficial da Reserva do Exército Adão Donato Masera, para transformar o rio, o serrote e o restante do relevo de sua propriedade em atrativos diferenciados aos aventureiros.

Tenente Masera, como é conhecido o proprietário de uma agência de turismo especializada no ramo, aceitou o desafio. Foram 40 dias de exaustivos trabalhos, excetuando-se os sábados, já que a doutrina não permite a realização de atividades profissionais neste dia da semana. Mas foi o suficiente para concluir as obras. Além da montagem da estrutura, abertura de trilha, vias de escalada e rapel, ele treinou 20 monitores, responsáveis pelo atendimento ao público no antigo núcleo de ensino adventista.

“Coincidentemente, as letras iniciais do ENA levaram o investidor a transformá-lo no parque de Esportes Natureza e Aventura”, comentou Masera. Sobre o investimento, informou que com uma rica área geográfica e aproximadamente R$ 20 mil em equipamentos, outros R$ 5 mil no treinamento de profissionais é possível criar um parque de ecoturismo. “O lazer especial é uma interessante opção para todas as idades”, garante Masera.

Radicado há mais de uma década em Quixadá, o gaúcho de Santo Ângelo passou a promover esportes de aventura e abrir trilhas pelo Sertão Central. Foi ele quem descobriu o “Vale Escondido” e a “Pedra da Foca”. Outro achado de Masera foi a “Pedra do Et”. O explorador confessa que por falta de apoio não montou uma estrutura fixa na região. Lamenta a falta de interesse público em investimentos dessa natureza.

Ele cita Quixadá como exemplo. Embora seja privilegiado geograficamente, o município não despertou para a importância e o retorno econômico propiciado por esse tipo de atividade. Na opinião de Masera, não há interesse da administração pública na criação de um espaço fixo de lazer radical. Com exceção das trilhas e escaladas, é difícil a realização de qualquer outra modalidade do gênero no entorno do Açude do Cedro, principal atrativo turístico da cidade.

Mais informações:
Esporte aventureiro
Sertão & Pedras Ecoturismo
Quixadá - CE
(88) 3412 5995
turismo@sertaoepedras.com.br

ALEX PIMENTEL
Colaborador
Diário do Nordeste

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