Quixadá. As chuvas chegam trazendo alegria para o homem do campo e preocupação para os técnicos de saúde. Objetivando evitar uma epidemia de dengue na maior área urbana do Sertão Central, a equipe da Secretaria de Saúde de Quixadá cria comitê especial e conclama a população a entrar na luta contra o Aedes aegypti. Se não houver o controle do mosquito transmissor, pelo menos 50% dos moradores correm o risco de contrair a dengue hemorrágica. O alerta é feito pelo coordenador do Núcleo de Endemias do município, biólogo Clemilson Paiva.
A divulgação ocorreu no encontro promovido pela Secretária Municipal de Saúde na sede da Prefeitura. Representantes de vários órgãos governamentais e segmentos sociais participaram da reunião, que teve como objetivo a discussão de alternativas, ações de combate ao mosquito e formação do Comitê Municipal de Controle da Dengue. Sebrae, CDL, secretarias, Câmara de Vereadores, universidades, Hospital Municipal, Maternidade, Cagece e Petrobras entraram na luta. Na ocasião, a secretária de Saúde de Quixadá, Valéria Nepomuceno, destacou a possibilidade real de acréscimo nos casos de dengue no município. O primeiro trimestre nem encerrou ainda e já atingiu 89% a mais de casos suspeitos que o mesmo período de 2008. Ela assegurou a intensificação dos trabalhos realizados pela equipe do núcleo de endemias. Também pediu mais colaboração da população. Teme que a situação se agrave caso os moradores não façam a sua parte.
A explicação para a preocupação é simples. “Dentro de dez dias uma fêmea do mosquito transmissor é capaz de reproduzir outras 50. Dez dias depois serão 2.500. Dentro de um mês serão 250 mil. O tempo úmido e as paredes internas dos potes, tambores, cisternas e caixas d´água são ideais para armazenamento dos ovos. Podem resistir até 450 dias sem água. A melhor forma de evitar o risco é combater o transmissor, quebrando o ciclo da proliferação”, informou o biólogo.
Segundo boletim semanal fornecido pela Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), até a última sexta-feira foram notificados 1964 casos suspeitos de dengue em 134 municípios. Destes, 490 foram confirmados em 47 cidades. Do tipo mais grave, a febre hemorrágica, já são 14 casos suspeitos. Um confirmado na Capital, dois como complicação e outros seis são investigados: três em Fortaleza, um em Aquiraz, um em Canindé e um em Mombaça.
Casos em 2008
Os dados oficiais da Sesa apontam 44.508 casos de dengue clássica e 442 da hemorrágica no Estado em 2008. O número de óbitos chegou a 17. Dois deles foram registrados em Quixadá. Como no ano passado, a população está sendo afetada pelo vírus circulante dos tipos 2 e 3. Quem for contaminado novamente pode contrair a doença infecciosa febril aguda. Em 2008, a maior incidência ocorreu entre os meses de março e maio. Em 2007 se estenderam até junho.
Quixadá é o primeiro município da região Centro do Ceará a formar um Comitê de Controle da Dengue. Integram o grupo especial 16 instituições.
ALEX PIMENTEL
Colaborador
Diário do Nordeste
Mais informações:
Secretaria de Saúde de Quixadá
(88) 3412.3245
e-mail: saude@quixada.ce.gov.br
Secretaria de Saúde do Ceará
(85) 3101.5123
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