
Dez anos depois de vencer as eleições presidenciais na Venezuela, Hugo Chávez conseguiu virar um polêmico líder regional, um chefe de Estado que desafia as grandes potências e que deseja de qualquer maneira continuar no poder até 2019.
Populista, verborrágico e plenamente convencido de que sua revolução bolivariana está apenas dando os primeiros passos, Chávez, de 54 anos, comemora hoje sua primeira década no poder, concentrado em uma emenda constitucional, a ser votada em referendo, que, se aprovada, permitirá que ele se reeleja mais uma vez.
Para seus partidários, Chávez é um líder imprescindível. Para seus opositores, é um governante que deseja se eternizar no poder, não suporta críticas e conseguiu a sociedade venezuelana entre os que o apóiam e os que gostariam de vê-lo longe do poder.
´O que começou em 1998 como um projeto de mudança social terminou em uma única proposta: a reeleição indefinida. Todas as promessas se concentraram em uma só palavra: Chávez. Ele é o povo, a revolução e agora quer ser também o tempo´, declarou Alberto Barrera Tyszka, co-autor do livro ´Chávez sem uniforme´.
´Propusemos uma emenda que será submetida a referendo para que o povo decida. Não temos porque renunciar a um líder como Chávez´, argumentou Earle Herrera, deputado e membro da Assembléia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição de 1999. Em dezembro de 2007, quando um projeto de reforma constitucional que incluía a reeleição indefinida foi rejeitado em um referendo popular, Chávez sofreu sua primeira derrota eleitoral em nove anos.
Quase um ano depois, no dia 23 de novembro, o chavismo obteve uma vitória ambígua nas eleições regionais - seus candidatos venceram na maioria das regiões, mas a oposição ficou com a parte mais rica do país, responsável por 70% do PIB, incluindo a prefeitura da capital, Caracas.
A campanha para a emenda constitucional, batizada ´Uh ah, Chávez no se va´, já está nas ruas da Venezuela e pretende conseguir o apoio das classes populares. ´Sou um soldado às ordens do povo, meu chefe se chama povo da Venezuela´, garante o presidente, consciente de que essa emenda é sua última oportunidade de continuar governando.
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