segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

CÚPULA LATINO AMERICANA: Líderes de 33 países se reúnem na Bahia

Com o encontro, a região manda um sinal para o mundo de que é capaz de tratar, sozinha, de seus interesses

Costa do Sauípe (BA). Os 33 países da América Latina e do Caribe se reunirão, pela primeira vez na história, sem a presença dos Estados Unidos ou de países europeus. O encontro, convocado pelo Brasil, acontecerá logo após a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, terça-feira (16), na Costa do Sauípe, Bahia. Durante dois dias, os presidentes da região debaterão diversos temas de interesse comum na Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (Calc).

A intenção é articular respostas conjuntas frente às diferentes crises. “A agenda da cúpula é tratar das questões relacionadas à integração e ao desenvolvimento diante das crises que hoje nos ocupam, na agenda internacional de alguma forma: financeira, de energia, alimentar, relacionada à mudança do clima”, resumiu, o diretor do Departamento da Aladi e Integração Econômica Regional do Itamaraty, Paulo Roberto França.

Com o inédito encontro, a região manda um sinal para o mundo de que é capaz de tratar, sozinha, de seus interesses, a partir de uma perspectiva e agenda próprias. Mas, de acordo com o diplomata, o encontro está longe de ser um contraponto a outras iniciativas, como a fracassada Área de Livre Comércio das Américas (Alca). “Não é contraponto a nada. Não é uma agenda contra alguma coisa, contra um projeto, contra um país. Ao contrário, é uma cúpula com uma agenda positiva”, salientou França.

França assegurou que não há qualquer pretensão de se alinhavar uma futura área de livre comércio na região. Tal tema sequer constará na declaração final dos presidentes. “Não haverá espaço, numa declaração dessa natureza, para dizer ´vamos chegar ao livre-comércio´, não é esse o espírito. O espírito é aprofundar a integração”, garantiu, ponderando que o Mercosul já tem acordos de livre comércio com praticamente todos os países da América do Sul – entre eles Chile, Bolívia, Equador, Venezuela, Colômbia e Peru. Ainda não há previsão de que reuniões como essa aconteçam regularmente, como as cúpulas do Mercosul e Ibero-Americana.

Grupo do Rio

Ao final do encontro, será a vez do grupo do Rio se reunir, para oficializar a entrada de Cuba, aprovada em reunião ministerial no México, no mês passado. O país não integra organismos multilaterais regionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA). As cúpulas da Calc e do Grupo do Rio marcam a primeira viagem ao exterior do presidente cubano Raúl Castro, que substituiu Fidel Castro.

MERCOSUL
Brasil quer ampliar ajuda financeira

Brasília. O Brasil está disposto a aumentar a ajuda financeira aos países do Mercosul. Em um esforço para reduzir as assimetrias entre os sócios, bancará a maior parte dos recursos de dois novos fundos que serão anunciados na cúpula de Chefes de Estado do bloco, na Costa do Sauípe.

Também já anunciou que pretende dobrar, a partir de 2010, sua participação já amplamente majoritária no Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul (Focem).

O Brasil trabalhou intensamente nos últimos seis meses para formatar e lançar, ainda na presidência pro tempore do bloco, o Fundo para Pequenas e Médias Empresas do Mercosul. Proposto pelo governo brasileiro. Outro fundo que será lançado, com participação majoritária brasileira, é o Fundo de Agricultura

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