quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Quixadá luta para ficar na Primeira Divisão Estadual

Resistindo às dificuldades econômicas, o Canarinho do Sertão luta para permanecer na Primeira Divisão

No início desta temporada o “Canarinho do Sertão”, como o Quixadá Futebol Clube é carinhosamente conhecido por sua torcida, está apostando na retranca para garantir boa estréia no campeonato cearense. O time volta a enfrentar dificuldades financeiras para permanecer na Primeira Divisão.

O presidente do clube, Valmir Araújo, já acertou a renovação dos contratos dos atletas que atuam na linha de defesa. Ainda trabalha a contratação de novos jogadores, mas a base do time que disputou a última temporada está praticamente mantida, com sacrifício.

Certo mesmo está a permanência do goleiro Genivaldo, dos zagueiros Roberto e Lopes, do meia Mimi e do atacante Juninho. O volante Robertinho e o lateral-direito Breno estão entre as novas contratações. O maior problema, entretanto, está sendo enfrentado pelo clube fora do campo. O Abilhão ainda não foi vistoriado pela comissão da Federação Cearense de Futebol (FCF) e Corpo de Bombeiros. A inspeção já foi adiada duas vezes. O gramado é considerado regular, mas precisa de cuidados.

Estrutura

A estrutura de concreto causa mais preocupação. Os vestiários também precisam de cuidados. A negociação dos recursos com a Prefeitura de Quixadá, para a recuperação do estádio e apoio ao time ainda não havia sido firmada até o fim da tarde de ontem. A presidência ainda busca patrocinadores para o Estadual. Desde a sua fundação, em 1965, no dia do aniversário do município, a história do Quixadá é de luta. Teve acesso à Primeira Divisão em 1967, quando se sagrou campeão da segundona. No ano anterior, os amigos José Abílio, Osmar Nobre, José Baquit, Sátiro Hernane e Albuquerque Lima, apaixonados pelo esporte, resolveram unir forças e formar uma equipe para disputar o intermunicipal. O esforço valeu. O ‘‘Canarinho do Sertão’’ conquistou a competição e passou a disputar também o título estadual.

SITUAÇÃO QUE PREOCUPA
‘Quixinha’ ainda está sem técnico

O Quixadá está sem técnico. Paulo Maurício não acertou a permanência e há 10 dias, o time vem sendo treinado pelo preparador físico, Sérgio Bahia. Isso mostra a luta do time para continuar mantendo viva a paixão pelo futebol. O Quixadá permaneceu na elite do futebol alencarino por 14 anos. Em 1981, uma crise econômica forçou a seleção sertaneja a pedir licença à Federação Cearense de Futebol. Em 2001 foi rebaixado para a divisão de acesso, onde permaneceu no ano seguinte. Desde então tem se segurando entre os melhores do Estado.

De lá para cá já passaram 41 anos. Chegou apenas uma vez a um quadrangular decisivo na elite do futebol local. Mesmo assim, a paixão pelo clube é intensa. Tem até torcida organizada. Entretanto, a história mais interessante do clube vem dos bastidores. Começa com a fortuna gasta pelo seu mais fervoroso torcedor, José Antônio Abílio de Lima. No fim da década de 70 o então presidente do Quixadá ganhou aproximadamente Cr 4 milhões na loteria esportiva. Gastou quase tudo com a sua maior paixão, seu time do coração. O máximo que a dedicação lhe rendeu foi o nome do estádio municipal, o Abilhão, que antes, havia mudado seis vezes de nome.

ALEX PIMENTEL
Repórter
Diario do Nordeste

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