domingo, 1 de março de 2009
Quixadá: Parque da feira tem nova estrutura e velhos problemas
Feira agropecuária regional passará a funcionar com regras rígidas de acesso e fiscalização em Quixadá
Quixadá. Bebedeira, prostituição e muita poluição sonora. Os problemas da antiga Feira de Animais de Quixadá novamente estão se tornando rotina no novo espaço de comercialização agropecuária da cidade, o Parque Moisés Ferreira da Silva, reinaugurado há pouco mais de um mês. Objetivando coibir os abusos, o diretor da Empresa de Serviços e Negócios de Quixadá (Empresq), Helano Bezerra, pretende intensificar a fiscalização e punir os comerciantes e feirantes envolvidos no problema.
O administrador do Parque de Feiras de Quixadá disse que irá solicitar mais apoio da Guarda Municipal. O reforço deverá impedir o movimento de intrusos, dentre eles prostitutas e até crianças, na área destinada à compra e venda de animais. Também vai averiguar as denúncias de venda de bebidas alcoólicas para menores. Se forem comprovadas, os concessionários poderão perder o direito de utilização dos boxes no pavilhão destinado à alimentação dos visitantes.
Na opinião do gerente da Empresq, os feirantes não são os responsáveis pelos excessos. Mas alguns servidores e comerciantes afirmam o contrário. “Eles chegam a pular o muro com as garotas de programa. Algumas ainda são crianças, não passam dos 12 anos. Se embriagam e até consomem drogas por aqui”, comenta, revoltado, um dos responsáveis pela manutenção do Parque que prefere não ser identificado, temendo represálias.
Não foi necessário muito esforço da reportagem para constatar as denúncias. Embora o controle de acesso de veículos ao parque seja rigoroso, havia um automóvel com um paredão de som ligado para dentro dos boxes. O proprietário se escondeu ao perceber a presença da reportagem. Um grupo de mulheres que consumia bebidas não se importou. Exibiam-se para quem passava pelo local. Já passava das 8h. O sol já estava alto. Mesmo assim, continuavam a farra e mostravam-se totalmente embriagadas.
A comerciante flagrada servindo cerveja à mesa recusou-se a prestar qualquer esclarecimento. Também não revelou seu nome. Os vizinhos alegaram vender somente refeições para os que, em razão de morarem muito distante, são obrigados a pernoitar na feira. Dizem que vem gente de diferentes regiões do Estado. A maioria chega cansada e vai dormir. Mas sempre aparecem alguns que querem passar a noite em claro. Como os boxes são fechados às 23h e só abrem ao amanhecer do dia, saem à procura de diversão na cidade.
Muitos feirantes criticam a ausência de policiamento no local. Nem mesmo os guardas municipais permanecem no lugar. Quem se arrisca em dormir nos pavilhões tem mais preocupações. Dias atrás a coberta de um dos pavilhões de negócios começou a romper. Acostumados a dormir ali debaixo, Audir Medeiros e Belarmino Cruz, criadores de Senador Pompeu, se assustaram com a rangedeira e desarmaram suas redes. Temiam ser soterrados.
Sobre esse problema Helano Bezerra justificou que a chuva havia afetado a coberta. Por precaução, preferiu retirar todas as telhas e refazer o madeiramento. Ele acrescentou que assumiu o cargo recentemente. Está organizando a estrutura administrativa da feira. Ainda existem dificuldades a serem superadas. A captação de recursos para manter o parque é uma delas. A cobrança de R$ 0,50 a R$ 1,00 por animal não é suficiente para custear as despesas. “Gastamos em média R$ 1 mil com energia e R$ 2 mil com água todo mês”.
Mais informações:
Empresa de Negócios e Serviços de Quixadá (Empresq), responsável pelo Parque
Terminal Rodoviário, Altos
(88) 3414.4700
Fonte: Diário do Nordeste
Foto e reportagem: Alex Pimentel
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