terça-feira, 3 de março de 2009

Quixeramobim receberá radar em 2009 de R$ 12 milhões

O Ceará prepara-se para instalar um radar meteorológico no município de Quixeramobim. O equipamento custa em torno de R$ 12 milhões e está sendo montado no sul do País. Até o fim do ano, será implantado. O anúncio foi feito pelo governador Cid Gomes na abertura do workshop sobre monitoramento, previsão e aviso antecipado de eventos meteorológicos severos para o setor norte da américa do sul, que começou ontem e segue até quinta feira em Fortaleza. “Queremos dar mais suporte com a implantação do radar. Estamos no semiárido, os dados orientam os pequenos agricultores a plantar na hora
certa. A médio prazo, o nível de acerto da Funceme tem ajudado muito a Economia do Ceará”, diz Cid.

O radar monitora a nebulosidade, os ventos e o nível de umidade num raio
de 400 quilômetros, cobrindo inclusive trechos fora do Ceará, em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí. Junto com os 549 pluviômetros
existentes no Estado, o equipamento representa um salto na estrutura
tecnológica da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). “O pluviômetro vai medir na superfície o quanto choveu. Mas para saber isso com três, cinco dias de antecedência, é preciso buscar as informações lá em cima, justamente o que faz o radar”, explica Antônio Divino Moura, diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e membro da Organização Meteorológica Mundial (OMM), parceiros da Funceme no workshop.

O encontro reúne pesquisadores de 13 países. O objetivo é criar um Centro
Virtual de Monitoramento, Previsão e Vigilância de Fenômenos Meteorológicos
Severos para a América do Sul, ou seja, melhorar a articulação entre os institutos
meteorológicos dos países do norte da América do Sul que compartilham fenômenos climáticos.semelhantes “A zona de convergência intertropical (que ocasiona a quadra chuvosa no Ceará) é tão importante para nós quanto para a Guiana.

Aliás, lá é até mais porque passa duas vezes”, exemplifica Eduardo Sávio, presidente da Funceme. A criação da rede dispensa grandes investimentos.
A idéia é unir forças com a tecnologia disponível nos centros regionais.

“Não estamos partindo do zero, mas as coisas estão tão desarticuladas... O que
estão fazendo no Suriname? A medição lá afeta nosso tempo. Meteorologia não se faz sozinho. Os métodos de previsão precisam ser conversados quando se cobre os mesmos fenômenos”, defende Divino. O Centro Virtual deve melhorar também o diálogo entre meteorologistas e Defesa Civil. De acordo com Divino, as enchentes de novembro em Santa Catarina foram previstas uma semana antes,
mas a articulação com a Defesa Civil foi falha. “A rede é para partir para a ação. Não adianta ter e não utilizar”, diz Divino.


E-Mais

Quixeramobim é a cidade mais central do Estado, por isso foi escolhida para receber o radar.

Membros de 13 países participam da reunião. Vieram meteorologistas da Venezuela, Guiana, Suriname, Honduras, Colômbia, Guiana Francesa, Costa Rica, El Salvador, Panamá, Guatemala, República Dominicana, Nicarágua e Espanha.

O Centro Virtual acompanha os chamados eventos severos como chuvas intensas e inundações, tempestades, rajadas de vento e descargas elétricas,
temperaturas extremas, umidade do ar baixa, desconforto térmico, ressaca do mar, nevascas e secas.

O Centro Virtual da América do Sul foi pensado num workshop em Curitiba semelhante ao que se realiza nesta semana em Fortaleza. Países da América
Central vieram participar do worshop para começar a pensar num Centro Virtual para os países do continente.

Jornal O Povo

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