quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Furto ao BB : Imóvel foi alugado por R$ 15 mil


As pessoas envolvidas no furto à agência do Banco do Brasil, em Quixadá, deixaram poucas pistas. Ninguém na vizinhança afirma ter visto os homens que alugaram o imóvel de onde partiu um dos túneis usados no crime. Até mesmo a pessoa que alugou o espaço conta que tem poucas informações sobre o caso. “Não desconfiei de nada. Em novembro (do ano passado), apareceu um homem querendo alugar (o imóvel) dizendo que era para montar um lava-jato. Nunca tinha visto ele. É um gordo, baixinho, moreno, aparentando ter uns 35 anos”, descreve Sérgio*.

Segundo Sérgio, o homem entrou no imóvel (onde já funcionava um lava-jato) e manifestou interesse em alugar o espaço para montar um negócio no mesmo ramo. Ofereceu R$ 15 mil para nove meses de aluguel. No dia seguinte, ele teria retornado ao local com R$ 14.500, ficando acertado que, logo em seguida, seriam dados os R$ 500 restantes. Sérgio conta que, mesmo sem contrato formal, entregou as chaves do imóvel e fechou o negócio. “Eu nem acreditei. Tava precisando do dinheiro e aceitei. Não desconfiei de nada (errado) porque colocaram até uma faixa dizendo que iam inaugurar (o lava-jato) em janeiro.”

Ainda de acordo com Sérgio, ao contrário do que havia sido acertado, os R$ 500 restantes não foram dados nos dias seguintes. “Tava custando e eu liguei cobrando. Ele tinha me dado o (número do) celular dele. Marcaram num local e eu recebi. Mas quem entregou (o dinheiro) foi outro cara. Um magro, baixinho, alvo e de bigode. Foi a última vez que vi esse pessoal (envolvido no furto)”, diz.

O imóvel usado no furto está localizado na rua José Jucá, a dois quarteirões da agência do Banco do Brasil. O túnel cavado no local dá acesso a uma galeria pluvial, que foi utilizada pelos criminosos como acesso até um outro túnel, que ligava a galeria ao cofre do banco. No quarteirão onde fica o imóvel, há apenas duas residências. Os proprietários afirmam que nunca viram nenhuma das pessoas que alugaram o espaço. “A única coisa estranha era um barulho de porta (de ferro) se abrindo de madrugada. Mas a gente virava a cabeça e continuava dormindo. Ninguém nunca imaginou uma coisa dessas”, conta a dona de uma das casas, que pede para não ser identificada.

O inspetor-chefe da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Isaias Pimentel, que estava ontem em Quixadá, lembra que há várias pessoas sendo ouvidas pela Polícia, incluindo Sérgio e comerciantes que chegaram a vender materiais de construção usados na cavação do túnel. “Acreditamos que há um grupo de cinco ou seis pessoas (envolvidas no caso). Ainda não sabemos de onde são”, diz.

O POVO usa o nome fictício a pedido do entrevistado.


E-Mais

> Embora tenha alugado o imóvel para os envolvidos no furto, Sérgio não é o proprietário do local. Na verdade, ele também é inquilino e havia alugado o espaço para o período de um ano por R$ 4.200. Sendo assim, acabou lucrando R$ 10.800.

> O proprietário do imóvel, que pede para não ser identificado, afirma que não sabia que o espaço havia sido alugado por Sérgio para uma outra pessoa. Segundo ele, como Sérgio havia dado o dinheiro à vista, não havia mais retornado ao local.

> De acordo com Sérgio, não é possível identificar, pelo sotaque, o estado de origem do homem que alugou o imóvel e nem do outro que teria entregue os R$ 500 restantes do aluguel.


Fonte: Jornal o povo

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