terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Homens cavam túnel e furtam Banco do Brasil de Quixadá
A história do furto ao Banco Central de Fortaleza se repetiu. Desta vez, em Quixadá, a 158 quilômetros da Capital. Os funcionários da agência do Banco do Brasil do município tomaram um susto na manhã de ontem ao perceber que uma grande quantia em dinheiro havia sido roubada do cofre da agência no fim de semana por meio de um túnel cavado nas proximidades do banco. Pelo menos três homens estão envolvidos no furto.
Eles teriam alugado um imóvel a dois quarteirões do banco, onde seria construído um lava-jato, e aproveitaram as galerias pluviais e de esgoto para chegar ao dinheiro. Nem a Polícia nem a assessoria de imprensa do Banco do Brasil confirmam o valor furtado, que deve ser divulgado hoje à tarde. “A perícia ainda vai fazer um levantamento para saber quanto foi levado”, afirmou Jairo Pequeno, titular da Delegacia Especializada. Segundo ele, foram cavados dois buracos com cerca de cinco metros cada.
O primeiro deles saía do lava-jato em direção à galeria embaixo da pista. O outro ia da galeria em direção ao cofre do banco. “Você percebe pela lama e pelo material usado que eles deveriam estar trabalhando à noite. E devem ter levado uma quantia grande de dinheiro”, destacou Wilder Brito, titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). O buraco foi isolado por um muro feito de madeirite para que ninguém suspeitasse o que os assaltantes estavam fazendo no local. Dentro da área, ainda havia vários sacos de gesso e de lama.
“Isso é característico de quem trabalha à noite. O gesso marca a ida e a vinda. E mascara qualquer ponto vulnerável”, ressaltou Wilder Brito. Para o delegado, mais pessoas devem estar envolvidas no caso. “Gente, inclusive da própria cidade. E informações privilegiadas também, elas sempre aparecem nesses casos”. O buraco só foi percebido ontem. Por isso, conforme o delegado, ainda não há como saber se o furto aconteceu no sábado ou no domingo. “Há uma semelhança com o furto do Banco Central de Fortaleza. Queremos saber qual a relação com o caso, já que foram soltas algumas pessoas recentemente”.
Os três homens que alugaram o espaço na rua José Jucá eram cariocas. De acordo com o mecânico Augusto Carlos Bezerra, que tem uma oficina ao lado de onde foi cavado o buraco, eles teriam pagado R$ 15 mil pelo local. “Eu tava achando estanho, demoraram demais pra abrir o negócio. Tinha pedreiro trabalhando com eles. O movimento era maior de noite. Era o tempo todo entrando e saindo gente. E eu ouvia muito barulho”. Na fachada do local, ainda dá para ver o nome do futuro negócio, mesmo com a tentativa de esconder por meio de tinta branca: “Lava-jato Central, qualidade e confiança”.
E-MAIS
1. Conforme o cabo Márcio Uchoa, que trabalha na PM de Quixadá, há cerca de 10 dias, um vigia do Banco do Brasil ouviu umas pancadas na rua. A PM foi chamada e constatou que o barulho vinha debaixo do solo. “O banco foi informado, mas parece que não tomou providências”.
2. Segundo o delegado Wilder Brito, o barulho pode ter sido pelas obras do programa Saneamento é Saúde (Sanear) II. “Temos que ver se tem relação. Já começaram a surgir boatos, mas temos de checar. Em Fortaleza, os assaltantes aproveitaram a galeria. Aqui também. No espaço, cabe um homem em pé”.
3. O Banco do Brasil funciona como uma espécie de Banco Central de Quixadá. Segundo informações de policiais e populares, o dinheiro de todos os outros bancos é recolhido no fim da tarde e guardado na agência do BB, que é a mais segura da cidade. Na manhã do dia seguinte, o dinheiro é repassado aos bancos de origem.
4. O gerente do Banco do Brasil de Quixadá não quis se pronunciar sobre o furto.
5. Os bombeiros chegaram ao fim da tarde para averiguar o buraco. Nenhum deles chegou a entrar no túnel. Ainda aguardavam a chegada da Polícia Federal, que até as 18 horas não havia chegado ao local ainda.
Jornal o povo
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