domingo, 15 de fevereiro de 2009
Programa cria rede de ajuda entre usuários
O software gratuito CrossLoop permite que os usuários compartilhem a tela de seus PCs para solucionar problemas
Sempre que recebia um telefonema dos pais relatando algum problema no computador, o publicitário Carlos Lins, de 33 anos, pegava o carro e ia até a casa deles para dar uma ajuda. Filho dedicado, Lins não deixava de atender ‘‘in loco’’ às solicitações, embora a maioria dos problemas fossem apenas algumas configurações de software que se resolviam com três ou quatro cliques no mouse. ‘‘Na maioria dos casos, eram simples problemas de software ou determinadas operações banais que para leigos como eles pareciam complicadas’’, conta Carlos Lins.
Para evitar as idas e vindas — e trocar as visitas ‘‘técnicas’’ por momentos mais ‘‘fraternais’’ — sem deixar de ajudar os pais, o publicitário descobriu no software gratuito CrossLoop a solução ideal. O programa permite que dois usuários compartilhem a tela de seus computadores para a solução de problemas. Testado pelo TecnoGuia, o CrossLoop é leve, simples e se mostra bastante fácil de usar.
Para dar início a uma sessão de ajuda, basta que o usuário que deseja ajuda passe para o seu ajudante o número de conexão fornecido pelo software. Assim, com a autorização do usuário, o ajudante (que também precisa ter o CrossLoop instalado em sua máquina) passa a controlar a tela do PC remotamente para solucionar o problema.
‘‘O programa é tão simples que os leigos podem usar sem complicação. Meus pais acharam o programa incrível, principalmente ao ver a máquina deles mexendo ‘sozinha’ as coisas na tela. Mas só não gostaram do fato de que assim eu vou menos vezes lá’’, ironiza Carlos Lins.
O CrossLoop se torna muito útil não só para filhos que ajudam os pais a usar o PC, mas também para técnicos em informática com seus clientes, professores com seus alunos, entre amigos e voluntários. O site que disponibiliza a ferramenta (www.crossloop.com) também cria uma verdadeira comunidade de ‘‘helpers’’ (usuários que ajudam outros online) que podem se cadastrar para prestar auxílio a quem recorrer ao CrossLoop para solucionar seus problemas.
O CrossLoop conta atualmente com mais de 15 mil ‘‘helpers’’. Como o programa foi criado por uma empresa baseada na Califórnia, Estados Unidos, a grande maioria dos usuários (e a plataforma do site) usa a língua inglesa na comunicação. Do total de usuários, 419 falam português. Esses técnicos podem ser encontrados no link http://crossloop.com/search.htm, digitando-se ‘‘portuguese’’ ou ‘‘Brazil’’ no campo de busca. Já o download do programa, com versão em português, pode ser feito gratuitamente através do site www.crossloop.com.
MODELO DE NEGÓCIO
Técnicos podem ganhar dinheiro
O usuário disposto a auxiliar pessoas online através do CrossLoop pode ter notas e comentários de pessoas a quem ajudou acrescentados ao seu perfil publicado no site e construir uma boa reputação. Quanto mais pessoas ajudar, melhor avaliado será o usuário, que pode, de acordo com sua especialização, até cobrar por seus serviços online.
De acordo com o responsável pelo atendimento ao consumidor do CrossLoop, Dmitry Dragilev, há três perfis de usuários do programa. O primeiro é formado por usuários domésticos, que ajudam seus parentes e amigos a resolver problemas no computador. O segundo tipo de usuário é o de pequenos negócios, que usam a ferramenta para suas necessidade de tecnologia da informação (TI).
Outro tipo de usuário é o técnico autônomo, que ganha dinheiro com o modelo de negócios do CrossLoop ao ajudar pessoas online e cobrar por esse serviço. ‘‘Esse é o perfil que mais cresce’’, diz Dragilev.
O executivo explica que o modelo de negócios é semelhante ao do site eBay. As pessoas acessam o site em busca de técnicos que possam ajudar-lhes e escolhe a melhor opção segundo o histórico e nível de aprovação que o profissional apresenta em seu perfil.
Os técnicos podem ser contatados através de uma ferramenta de chat (bate-papo), definem os custos do serviço e repassam uma porcentagem ao CrossLoop. O pagamento pode ser feito por cartão de crédito ou intermediado pelo sistema de pagamentos PayPal. Segundo Dragilev, a conexão entre os PCs é feita de modo seguro, como todos os dados criptografados, com a solução Blowfish de 128 bits. A comunicação é feita através da tecnologia peer-to-peer (conexão direta de PC para PC), a mesma das redes de troca de arquivos.
Diario do Nordeste
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário