segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Viva Chávez e o socialismo: Reeleição ilimitada é aprovada na Venezuela


54,36% dos eleitores votaram a favor de Chávez; antes dos resultados oficiais, partido já declarava vitória

Caracas. A emenda constitucional que propõe a reeleição ilimitada do presidente e demais cargos públicos na Venezuela foi aprovada no referendo realizado ontem, com 54,36% dos votos, anunciou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena. A oposição conseguiu 45,63% dos votos, segundo este primeiro boletim oficial.

´Queremos felicitar o povo da Venezuela por seu comportamento cívico e democrático. Foi um dia extraordinário´, felicitou Lucena. A abstenção foi de 32,95%, segundo o CNE.

Horas antes da divulgação do resultado, o ministro das Finanças e presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder), Alí Rodríguez, já declarava vitória.

´Pelo que dizem todas as pesquisas de boca-de-urna, a tendência é irreversível e a resposta que o povo deu é irreversível´, afirmou Rodríguez, que pediu que a oposição não dê início a atos de violência e reconheça os resultados.

Por sua parte, representantes da oposição exigiram das autoridades eleitorais que façam respeitar a proibição sobre a divulgação de resultados.

Passadas as 18h locais (19h30 em Brasília), Lucena declarou o fechamento das mesas eleitorais e pediu aos representantes dos dois blocos que não antecipem resultados. ´Dizemos aos blocos do ´Sim´ e do ´Não´ que não há nem vitoriosos nem derrotados neste momento´, enfatizou. ´Pedimos que mantenham a tranqüilidade e a calma porque até o momento não há resultados eleitorais. Até agora o único vitorioso é a Venezuela´, acrescentou.

No entanto, a TV estatal mostrou cenas de comemoração de partidários do ´Sim´, enquanto que a oposição pediu a seus militantes que se mantenham nas seções eleitorais para supervisionar a apuração.

Os venezuelanos comparecem às urnas ontem para o quinto referendo nos últimos 10 anos, desta vez sobre uma emenda constitucional que abriria o caminho para Chávez tentar um terceiro mandato depois de 2012, sem limites à reeleição, e que a oposição considera um ataque à alternância democrática.

Caso a modificação de cinco artigos da Constituição de 1999 seja aprovada, eliminará os limites de mandatos existentes para o presidente e todos os cargos majoritários.

Atualmente, a Carta Magna da Venezuela limita a no máximo dois mandatos presidenciais consecutivos, o que significa que Chávez deve abandonar o poder ao fim de 2012.

No governo há dez anos, Chávez quer governar até 2019, mas já falou em ficar até 2039. Para ele, sua permanência é necessária para consolidar o ´socialismo do século 21´.

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