Três noites de exibição com praça lotada. Mais de três horas sentados diante do telão a cada sessão. Centenas de espectadores se deslumbraram com o espetáculo da sétima arte apresentado pelo Cine Sesi Cultural no Centro de Quixadá. Embora desconfortáveis, não sobrava nenhuma cadeira. Muita gente ficava de pé. Ao fim de cada apresentação, aplausos, assobios e gratidão à equipe de produção do cinema itinerante que já foi visto por mais de 2,3 milhões de pessoas. Uma prova de que muita gente do Interior adora cinema.
“Tem sido assim por onde a gente passa”, comentava, entusiasmado, o produtor de campo do projeto promovido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), Carlos Alberto Matos, na última noite de exibição na Praça da Cultura. Ele se referia à receptividade do público. Famílias inteiras se acomodando diante da telona. Juntas, compartilhando um inesquecível momento de lazer. Coisa rara de se ver nos dias de hoje. São poucas as atrações públicas realizadas pelo Interior que conseguem reunir pais e filhos no mesmo lugar.
Na opinião da aposentada Zefinha Bau de Sousa foi o melhor presente que Quixadá ganhou no último fim de semana, nos seus 138 anos de aniversário, celebrados oficialmente nesta segunda-feira. Ao lado da filha e dos netos, teve a oportunidade para matar a saudade da única vez que foi ao cinema. Não lembra o nome da sala de exibição, mas recorda muito bem da emoção que sentiu quando as luzes se apagaram. O público foi ao delírio. A cena se repetiu na sua memória.
O sentimento do servidor público José Wando da Cruz também é o mesmo. Lembrou do Cine São José nos tempos de infância. Chegou a se divertir com as aventuras dos “Trapalhões” no espaço cultural que durante muito tempo foi a melhor atração da cidade. Duas décadas depois volta a apreciar a magia da saudável diversão, acompanhado da família.
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