Pelo 17º ano seguido, Nações Unidas aprovam moção pedindo o fim do embargo econômico contra Cuba
Genebra, Suíça. A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou ontem, pelo 17º ano consecutivo e com votação recorde, uma moção pedindo o fim do embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba. A resolução, sem caráter obrigatório, foi aprovada por 185 votos, com três votos contra (EUA, Israel e Palau) e duas abstenções (Micronésia e Ilhas Marshall).
A medida não terá qualquer impacto sobre a política do governo de George W. Bush, que no dia 10 havia chamado Cuba de ´masmorra´ e prometido não suspender o embargo enquanto houver presos políticos na ilha.
Da mesma forma, não se espera que os candidatos na eleição presidencial da semana que vem, Barack Obama e John McCain, abandonem o embargo. Obama, no entanto, é favorável a um afrouxamento parcial.
Desde 1992 a Assembléia Geral aprova anualmente uma moção pró-Cuba. No ano passado, foram 184 votos, com 4 contra e 1 abstenção. A votação deste ano foi a primeira desde a transferência formal da liderança cubana de Fidel Castro para seu irmão Raúl. O bloqueio econômico norte-americano vigora desde o governo de John Kennedy, na década de 1960, e foi endurecido na administração Bush.
Ao apresentar a resolução, o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, disse que o embargo é ´um bloqueio injusto e ilegal´, e que 70% dos cubanos passaram a vida inteira ´sob esta política irracional e inútil´ - a qual, lembrou ele, já estava em vigor quando Obama nasceu.
O próximo presidente, disse Pérez Roque, ´deve decidir se vai admitir que o bloqueio é uma política fracassada...ou se persiste, com teimosia e crueldade, para tentar derrotar o povo cubano por meio da fome e da doença´.
O diplomata norte-americano Ronald Godard disse que o embargo foi ´cuidadosamente projetado para permitir que o povo cubano tenha acesso a alimentos e bens humanitários, mas para limitar a capacidade do governo repressivo de Cuba em se beneficiar e consolidar seu poder por meio do controle autoritário sobre a economia´.
Godard disse que Havana rejeitou três ofertas de ajuda depois dos furacões deste ano e ignorou uma quarta, demonstrando ´a falta de interesse do regime dos Castros com o bem-estar da sua própria gente´.
Pérez Roque respondeu que Cuba não poderia aceitar ´a suposta assistência daqueles que intensificaram o bloqueio´.
O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse que o bloqueio é ´uma pressão grosseira dos Estados Unidos da América contra um Estado soberano´ e ´um remanescente dos dias da Guerra Fria´.
Cuba celebra
Cuba recebeu com alegria a rejeição ao embargo econômico. ´Reafirmou-se, na ONU, a recusa do mundo à política genocida e criminosa e o fracasso do governo de George W. Bush em suas agressões a Cuba´, declarou à agência cubana Prensa Latina o chefe do departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista (PCC, único), Fernando Remírez de Estenoz.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
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