quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Museu comemora 24 anos com semana de atividades
A história de Quixadá pode ser conferida no acervo do Museu Jacinto de Sousa, que comemora 24 anos de fundação
Quixadá. Pensando a memória e o patrimônio como instrumentos de transformação social. O Museu Histórico Jacinto de Sousa completa 24 anos promovendo uma semana de atividades voltadas à valorização e preservação da identidade material do povo de Quixadá. A programação especial integra os festejos dos 138 anos de emancipação política do município, comemorado no próximo dia 27 de outubro. O museu foi criado em 1984. Dezesseis anos depois, recebeu o nome do escultor Jacinto de Sousa.
Desde a última quarta-feira, o público está podendo apreciar a exposição “Quixadá hoje, no olhar fotográfico de Ednardo Pinheiro”. Hoje, a direção do museu promove uma oficina de gestão de acervos museológicos, ministrada por técnicos do Museu do Ceará. Eles abordarão a administração e exposição material do museu interiorano, composta por utensílios, fotografias, maquetes, móveis, documentos, arte sacra, roupas, arquivos de áudio e vídeo e até fósseis.
Amanhã, o pesquisador e escritor João Eudes Costa proferirá palestra aos visitantes. “Ruas que contam a história de Quixadá”, título de sua mais recente obra literária, será o tema. O livro, com 386 páginas, será lançado brevemente no espaço cultural Oboé, em Fortaleza. O autor ainda não definiu a data, mas o povo de sua terra terá a oportunidade de conhecer algumas peculiaridades de seus estudos, dos 207 logradouros que cortam os 21 bairros de Quixadá.
Inventário
Com a programação de aniversário, a equipe do Museu de Quixadá iniciará o inventário de seu acervo. A estimativa é de que os trabalhos estejam concluídos até o fim do ano. Mais de 300 peças ocupam o prédio histórico construído em 1922 por Raimundo Franklin, um dos autores do monumento localizado na Praça da Estação, defronte ao museu. A construção foi tombada como patrimônio municipal em fevereiro do ano 2000.
“Mas além do patrimônio disponível à apreciação dos visitantes, a exemplo de algumas peças muito interessantes como o violão de Cego Aderaldo, um alicate de extrair dentes de escravos (existem somente duas peças iguais no mundo, uma no Rio de Janeiro e outra em Miami, nos Estados Unidos), e o quarto da escritora Rachel de Queiroz, a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras, pelo menos outras 400 serão catalogadas”, explica a diretora do museu, professora Maria Prima de Souza.
O registro informatizado possibilitará o controle e preservação das peças históricas. Também funcionará como um importante suporte aos grupos de estudo que constantemente freqüentam o museu. No livro de visitas constam 3.176 assinaturas. No mês passado, 542 estudantes de outras cidades, a maioria de Fortaleza, conheceram a riqueza material histórica da “Terra dos Monólitos”. Alguns agendaram a excursão nos fins de semana. Pelos cálculos da diretora, se todos registrassem a presença, oficialmente, a quantidade de visitantes duplicaria. Existem 116 museus no Ceará cadastrados no Sistema Estadual de Museus. O acervo total é fundamental para melhor compreensão da história do Ceará.
SAIBA MAIS
Artista
Apesar de não possuir qualquer aprendizado formal em artes, Jacinto de Sousa, que dá nome ao Museu de Quixadá, dedicou-se à fotografia, à pintura e à escultura. Considerado um dos maiores artistas plásticos de sua época, foi homenageado por Jader de Carvalho com a crônica ´Najda me contou´, e por Rachel de Queiroz com ´Glória humilde´.
Obras
Entre suas diversas obras, destacam-se o busto da Princesa Isabel, em Redenção, o Monumento ao Trabalhador Livre, na Praça da Estação, em Quixadá e o ´Cristo crucificado´, exposto no museu que recebe seu nome.
Pioneiro
O Museu do Ceará foi a primeira instituição museológica oficial do Estado. Criado em 1932, foi aberto ao público no ano seguinte. Hoje, está instalado à Rua São Paulo, 51, Centro de Fortaleza, onde abriga mais de 13 mil peças.
ALEX PIMENTEL
Colaborador
Mais informações:
Museu Histórico Jacinto de Sousa
Rua Autran Moreno, 202, onde há acervo com mais de 300 peças
Centro de Quixadá
(88) 3414.5942
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