quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Sertão Central: Tecnologias de energias renováveis em debate
Tecnologias ecologicamente corretas foram apresentadas durante seminário promovido pelo Ider
Quixeramobim. A disseminação da aplicação de energias renováveis com tecnologias ambientais e socioeducativas adequadas à realidade regional foi o principal objetivo do I Seminário de Energias Renováveis do Sertão Central, realizado ontem neste município. Reunidos na Fazenda Normal, um núcleo de capacitação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce), no distrito de Uruquê, a 26km da sede do município, técnicos, pesquisadores, produtores e representantes de agências financeiras discutiram as vantagens e viabilidades das novas tecnologias.
Conceitos, vantagens, desafios, a utilização de irradiação solar na produção de energia elétrica e térmica, ainda os biodigestores e os biocombustíveis foram apresentados pelo diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis (Ider), engenheiro Jörgdieter Anhalt. As atividades de conhecimento técnico foram complementadas pelo técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Edy Sousa de Brito. No fechamento do encontro o agente de Desenvolvimento do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Raimundo Doth, expôs as linhas de crédito para financiamento dos projetos.
Eram as novidades que o produtor rural familiar José Macedo do Nascimento esperava para levar até a sua comunidade. O biogás, a biomassa, energia eólica, hidráulica e solar, estava tudo ali, na sua frente. Ele ficou impressionado com as vantagens da utilização do biodigestor. Não imaginava que era tão fácil transformar as fezes do gado em combustível gasoso. O zootécnico no Ider, Thomson Souza, estava do lado, para assessorar ele e as 42 famílias da Lagoa de São Miguel, onde o agricultor mora, no desenvolvimento da tecnologia energética renovável.
Vantagens diversas
Sobre a utilização do sistema que usa a fermentação do excremento de animais, o especialista enfatiza a diversidade de vantagens. Da transformação do metano em energia térmica, por meio do fogo, à produção de fertilizante natural. De todas as formas o produtor rural ganha. O meio ambiente também, vez que o gás prejudicial a camada de ozônio da atmosfera, um dos causadores do efeito estufa, se transforma em carbônico no decorrer de sua combustão. O mesmo processo pode ser utilizado nos aterros e lixões sanitários. Além do processamento ecologicamente correto, os administradores públicos podem captar dividendos por meio dos créditos de carbono, como já ocorre no Sul do País.
Segundo o assessor de comunicação do Ider, Humberto Leite, o Instituto iniciou estudos para avaliar os custos e as vantagens ecológicas e econômicas dos equipamentos desenvolvidos com a finalidade da produção de energia renovável. A expectativa é de que em 2009, além do valor de um sistema de energia fotovoltaica, conhecido popularmente como placas solares — com custo médio de R$ 10 mil para uma residência básica a R$ 30 mil numa escola, como o implantado no primeiro núcleo digital social do Brasil, no Tairi — as comunidades interessadas tenham a noção exata dos benefícios da tecnologia.
O Ider é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), apoiada no conceito de desenvolvimento sustentável, preocupada com o meio ambiente, a cultura local e o fortalecimento da participação popular nos processos de tomada de decisão. Foi fundado ao 26 de dezembro de 1995 em Fortaleza. Em mais de 12 anos desenvolve projetos em vários Estados brasileiros. Além do Ceará, o Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí, e Paraíba são contemplados com suas ações. O Amazonas também é beneficiado pelo Ider.
Enquete
Como você avalia o uso das tecnologias?
Jörgdieter Anhalt
Presidente do Ider
'Temos o total domínio tecnológico dessas energias. É necessário as instituições apostarem nas vantagens.'
Araújo Félix Martins
Agrônomo da Ematerce
'Estamos diante da energia do futuro. Precisamos disseminá-la. O petróleo não é uma fonte renovável.'
Raimundo Doth
Agente de Desenvolvimento
'Se o BNB não acreditasse nessas fontes de energia não teríamos crédito disponível para implantá-la no Sertão.'
Mais informações:
Instituto de Desenvolvimento Sustentável & Energias Renováveis, Rua Júlio Siqueira, 581, Dionísio Torres, Fortaleza
(85) 3247. 6506
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