O presidente estadual do PT, Ilário Marques, declarou ontem que aceitaria o apoio informal do PSDB nas eleições de 2010. Apesar de denominar uma coligação que abrangesse PT e PSDB como algo que "não seria possível", Ilário admitiu que receberia de bom grado o apoio tucano, inclusive por parte do senador Tasso Jereissati, em uma aliança que gire em torno do governador Cid Gomes (PSB). A ressalva apresentada pelo petista é de que o PSDB teria de admitir que "passou sua época" e não lançar candidatos a governador, vice, nem a senador.
Segundo Ilário, não há chances de PT e PSDB costurarem um acordo de apoio recíproco, lançando, cada um, um candidato ao Senado, dentro de uma composição que unifique todas as forças que hoje sustentam o governo Cid. O presidente petista - que é um dos nomes cotados para a disputa a senador - considera que o PT "teria de mudar radicalmente" para tal aliança ocorrer. "Eu não tenho a menor sombra de dúvida (de que está descartada uma coligação PT-PSDB). Quem estiver pensando assim, aí está isolado. Não existe esse debate de o PT compor com o PSDB em 2010 uma aliança eleitoral", afirmou.
Ilário não se mostrou, contudo, contrário ao apoio informal do PSDB ao projeto cidista bancado pelo PT. "Se o PSDB disser: 'Passou a nossa época, nós não vamos ter candidatos nem a governador, nem vamos compor com ninguém na vice, nem vamos ter candidato ao Senado e queremos apoiar a chapa liderada pelo governador Cid Gomes', que tem o PSB, o PT, o PCdoB, o PDT, o que é que nós vamos dizer? Ótimo. Paz na Terra e vamos todos seguir esse novo projeto pro Ceará", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de o PT dividir o palanque com Tasso Jereissati nesse cenário hipotético, Ilário também não rechaçou o apoio do arqui-rival petista. "Se ele apóia (vier a apoiar) o nosso projeto, nós temos só que dar parabéns, porque ele compreendeu corretamente o que a gente vinha falando já há algum tempo", declarou.
Governo Cid
Ilário Marques reafirmou as críticas à gestão Cid feitas no último domingo no programa Coletiva, da TV O POVO, em que apontou o modelo de desenvolvimento econômico atual como uma continuação daquele implantado pelos governos do PSDB. As declarações foram rebatidas por petistas como o líder do Governo na Assembléia Legislativa, Nelson Martins, e o próprio vice-governador, Francisco Pinheiro.
O presidente petista afirmou, contudo, que o seminário a que se referiu no programa não visaria a rediscutir o papel do PT dentro do governo Cid, e, sim, formular propostas para esse modelo de desenvolvimento. Ilário disse considerar que "o PT está bem no governo" e defendeu um aprofundamento dessa participação. Apesar disso, ele avalia que, ao modelo de desenvolvimento - que hoje seria "concentrador de renda" e "dependente do investimento externo" - deveria ser associada uma política de desenvolvimento dos potenciais internos, como turismo e agricultura familiar.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
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