quarta-feira, 22 de abril de 2009

Construção de campus ainda gera polêmica em Quixadá

Grupos divergentes vão às ruas de Quixadá para protestar ou defender construção de campus da UFC

De um lado, professores e estudantes do Instituto Federal de Ciências e Tecnologia (Ifete), da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Liceu de Quixadá. Do outro, ambientalistas, alunos de diversas escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio da cidade. Com idéias opostas, focados em um mesmo propósito, a construção do campus da UFC numa área de entorno do Açude do Cedro, marcham pelas ruas da Terra dos Monólitos, polemizando ainda mais o embargo da obra, ocorrido no início do mês.

O grupo favorável à construção do campus no local, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a pedra fundamental em fevereiro do ano passado, percorreu o Centro de Quixadá alertando a população para os prejuízos causados pela paralisação realizada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). Segundo os responsáveis pelo movimento, o embargo está pondo em risco a concretização do complexo de Ensino Superior. Caso o projeto não seja concluído até o fim do ano, a verba retornará para os cofres do Governo Federal.

Lutando contra o que chama de manipulação anti-ambientalista, a frente de resistência à execução do projeto — nas proximidades do Serrote da Nariguda, uma das unidades de conservação dos Monólitos de Quixadá —, seguiu da Faculdade de Educação Ciências e Letras do Sertão Central (Feclesc) até o canteiro, situado à margem da via de acesso ao Açude do Cedro. Demonstravam a mesma disposição, todavia, a favor da transferência do projeto para um local considerado por eles adequado à edificação do projeto na cidade.

Missão parlamentar

Alheia, e demonstrando até indiferença à disputa, a população de Quixadá apenas observou as manifestações realizadas no fim de semana. Mas o caso chamou a atenção dos vereadores. Uma missão parlamentar da Câmara Municipal visitou o local. Agora, pretendem promover uma audiência pública. A sessão especial deverá ocorrer após a conclusão das análises técnicas realizadas pela Semace e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os cinco hectares destinados à obra estão situados em terras administradas pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). A doação do terreno para construção do complexo partiu de uma articulação feita por lideranças políticas junto ao Governo Federal. O então prefeito Ilário Marques, hoje procurador do município, o ex vice-prefeito Cristiano Góes e o deputado federal José Pimentel, atual ministro da Previdência, lutaram pela implantação do primeiro campus federal na região.

A sede contará com um prédio de dois pavimentos e um total de 1.200 m² de área construída, englobando quatro salas de aula, três laboratórios de informática, sala do Centro Acadêmico, biblioteca, salas de estudo para os estudantes, gabinetes individuais para os professores e dependências de apoio administrativo. A expectativa é de que esteja concluída até o fim do ano. O cumprimento do cronograma viabilizará a implantação de mais cinco cursos. A obra está orçada em R$ 986 mil.

Mais informações:

Câmara de Vereadores de Quixadá, (88) 3412.2285; UFC - Campus Quixadá, (85) 3366 7414; Semace, (85) 3101.5568
Iphan, (85) 3221.6360


Foto: Alex Pimentel

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