CUMANA, Venezuela (Reuters) - O presidente de Cuba, Raúl Castro, disse na quinta-feira estar disposto a discutir "tudo" com os EUA, inclusive as questões de direitos humanos e presos políticos, o que marca um importante sinal de reaproximação do regime com seu mais antigo e ferrenho inimigo.
"Transmitimos mensagens ao governo dos EUA, reservadamente e em público, de que estamos dispostos a discutir tudo, a qualquer momento que eles quiserem", disse Raúl num inflamado discurso a outros líderes esquerdistas na Venezuela, no aniversário da frustrada invasão norte-americana na Baía dos Porcos (1961).
"Direitos humanos, liberdade de expressão, presos políticos, tudo, tudo, tudo o que eles quiserem conversar a respeito", disse ele, insistindo apenas que o diálogo se dê em condições de igualdade e sem ameaças à soberania cubana.
Estima-se que haja em Cuba cerca de 200 presos políticos, que o regime qualifica como mercenários a serviço dos EUA. O governo também limita fortemente a liberdade de expressão, restringe as viagens de seus cidadãos ao exterior e não realiza eleições multipartidárias.
Raúl tomou algumas medidas para liberalizar a economia desde que substituiu formalmente em fevereiro de 2008 o seu irmão Fidel, que passou quase cinco décadas à frente do país.
Suas declarações são uma espécie de resposta às medidas anunciadas nesta semana pelo governo dos EUA para suspender as restrições a viagens e remessas financeiras de cubano-americanos para a ilha, além de autorizar empresas norte-americanas de telecomunicações a operarem no país vizinho.
O presidente Barack Obama disse na quinta-feira que poderia tomar várias outras medidas para reaproximar os dois países. "Minha baliza na política EUA-Cuba será como podemos incentivar Cuba a ser respeitosa com os direitos do seu povo, a liberdade de discurso político, a participação política, a liberdade religiosa, a liberdade de imprensa, a liberdade de viajar", disse ele durante entrevista coletiva no México.
Havana tradicionalmente acusa Washington de adotar um comportamento imperialista, e costuma argumentar que a situação dos direitos humanos nos EUA tampouco é perfeita.
Líderes cubanos já vinham falando bem de Obama e manifestando disposição para o diálogo, mas sempre rejeitando a ideia de qualquer pré-condição imposta por Washington sobre questões internas cubanas.
A declaração de Raúl coincide com o aniversário do desembarque, em abril de 1961, de exilados cubanos que, patrocinados e armados por Washington, desembarcaram na Baía dos Porcos para tentar derrubar o regime comunista, mas foram rapidamente derrotados pelas forças cubanas.
(Reportagem de Frank Jack Daniel
"Transmitimos mensagens ao governo dos EUA, reservadamente e em público, de que estamos dispostos a discutir tudo, a qualquer momento que eles quiserem", disse Raúl num inflamado discurso a outros líderes esquerdistas na Venezuela, no aniversário da frustrada invasão norte-americana na Baía dos Porcos (1961).
"Direitos humanos, liberdade de expressão, presos políticos, tudo, tudo, tudo o que eles quiserem conversar a respeito", disse ele, insistindo apenas que o diálogo se dê em condições de igualdade e sem ameaças à soberania cubana.
Estima-se que haja em Cuba cerca de 200 presos políticos, que o regime qualifica como mercenários a serviço dos EUA. O governo também limita fortemente a liberdade de expressão, restringe as viagens de seus cidadãos ao exterior e não realiza eleições multipartidárias.
Raúl tomou algumas medidas para liberalizar a economia desde que substituiu formalmente em fevereiro de 2008 o seu irmão Fidel, que passou quase cinco décadas à frente do país.
Suas declarações são uma espécie de resposta às medidas anunciadas nesta semana pelo governo dos EUA para suspender as restrições a viagens e remessas financeiras de cubano-americanos para a ilha, além de autorizar empresas norte-americanas de telecomunicações a operarem no país vizinho.
O presidente Barack Obama disse na quinta-feira que poderia tomar várias outras medidas para reaproximar os dois países. "Minha baliza na política EUA-Cuba será como podemos incentivar Cuba a ser respeitosa com os direitos do seu povo, a liberdade de discurso político, a participação política, a liberdade religiosa, a liberdade de imprensa, a liberdade de viajar", disse ele durante entrevista coletiva no México.
Havana tradicionalmente acusa Washington de adotar um comportamento imperialista, e costuma argumentar que a situação dos direitos humanos nos EUA tampouco é perfeita.
Líderes cubanos já vinham falando bem de Obama e manifestando disposição para o diálogo, mas sempre rejeitando a ideia de qualquer pré-condição imposta por Washington sobre questões internas cubanas.
A declaração de Raúl coincide com o aniversário do desembarque, em abril de 1961, de exilados cubanos que, patrocinados e armados por Washington, desembarcaram na Baía dos Porcos para tentar derrubar o regime comunista, mas foram rapidamente derrotados pelas forças cubanas.
(Reportagem de Frank Jack Daniel
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